INTRODUÇÃO AO LIVRO DE:
ISAÍAS
INTRODUÇÃO
Visão geral
Autor: O profeta Isaías.
Propósito: incentivar os contemporâneos do profeta a serem leais ao ETERNO e exortar os futuros leitores exilados a se arrependerem de seus pecados e a confiarem que, após o exílio, o ETERNO abençoaria o remanescente fiel e as outras nações de maneira como nunca antes eles haviam sido abençoados.
Data: c. 686-650 a.C.
Verdades fundamentais:
Yaohu chamou Isaías para advertir o seu povo sobre a decisão divina de manda-los para o exílio e para garantir que, no futuro, após o exílio, o povo voltaria a receber bênçãos sem precedentes.
A confiabilidade de Isaías foi demonstrada pelo cumprimento de muitas de suas primeiras profecias, feitas antes de o seu livro ser escrito.
As maravilhosas predições de Isaías sobre o fim do exílio na Babilônia e a restauração certamente aconteceriam, mas somente os arrependidos em Israel e entre os gentios desfrutariam dessas bênçãos.
Propósito e características
Como profeta de Yaohu, Isaías tratou tanto das bênçãos quanto do julgamento das alianças de Yaohu com Israel (veja “Introdução aos livros proféticos”). Por outro lado, o ministério de Isaías consistiu em grande parte em fazer acusações, condenações e críticas à medida que ele pronunciava sobre Israel e Judá as maldições da aliança pela flagrante desobediência a obrigações inerentes a ela (1,2-31; 13,1 – 23,18; 56,9 – 57,13; 65,1-16). O profeta falou de muitas maldições diferentes que viriam, sendo as mais sérias a destruição e o exílio. De fato, tanto Israel quanto Judá ficaram tão aquém dos ideais da aliança que Yaohu ordenou a Isaías que profetizasse para que o coração do povo fosse endurecido e a sua decisão quanto ao exílio não fosse evitada (6,1-13).
CRISTO EM ISAÍAS.
As profecias de Isaías prenunciam Cristo em pelo menos três aspectos. Primeiramente, Isaías advertiu sobre os julgamentos que viriam contra o povo rebelde de Yaohu e sobre as nações que resistissem a ele (1,20; 3,13-15; 11,4; 34,2; 51,5). Por fim, as decisões divinas com as quais Isaías ameaçou foram cumpridas no ministério de Cristo (53,4-6.12; 2Co 1,15; Hb 9,26).
Segundo, Isaías garantiu que o povo de Yaohu que se mantivesse fiel iria desfrutar de uma gloriosa restauração após o exílio – uma restauração que ele chamou de “Os novos céus e a nova terra” (66,22; veja também 65,17). O SALVADOR inaugurou essa nova criação por meio de um ministério terreno que separou novamente a luz das trevas (Jo 1,1-9). Ele dá prosseguimento a essa nova criação por toda a história da Igreja (2Co 4,6; 5,17; Gl 6,15; Tg 1,18) e a levou à sua plenitude quando voltar (Ap 21,1-3). “O Reino de Deus Mt 4”.
Terceiro, o Novo Testamento refere-se mais a Isaías do que a qualquer outro livro do Antigo Testamento quando a questão é indicar de que maneira o SALVADOR cumpriu as expectativas do Antigo Testamento em relação ao Messias. O mais importante aspecto no qual o SALVADOR cumpriu as profecias de Isaías diz respeito ao tema dominante o do servo (Is 42,1). Isaías predisse que o “servo” traria justiça às nações (42,1-4), restabeleceria a aliança de Israel com o ETERNO (42,5-7), se tornaria luz para os gentios (49,1-7), tiraria os pecados dos eleitos e ressuscitaria dos mortos (52,13 – 53,12). O novo Testamento identifica esse SERVO-SALVADOR como o nosso SALVADOR – Yaohushua – Christós, o ETERNO encarnado: (Mt 8,17; 16,21; 27,26.29.31.38.57-60; Mc 14,49.61; 15,27.43-46; Lc 2,14; 18,31-33; 23,32; Jo 1,10-11.29; 3,17; 12,38; 19,1.7.18.38-41; At 2,23; 3,13; 7,32-33; 8,32-33; 10,43; Rm 4,25; 8,34; 10,15-16; 15,21; 1Co 15,3; Ef 3,4-5; Fp 2,9; Hb 5,8; 9,28; 1Pe 2,22-25; 1Jo 3,5; Ap 14,5).
Bem, como o Livro de Isaías é como se fosse um resumo da Bíblia dentro dela mesma, e, sendo o meu preferido, vamos estuda-lo de forma diferenciada como sendo um Livro – um documentário histórico:
ISAÍAS
INTRODUÇÃO
I. INTRODUÇÃO DO LIVRO
Sob o nome de Isaías encontra-se reunido um conjunto de 66 capítulos que, segundo indícios evidentes, não datam todos da mesma época. O fato de um livro ter uma pluralidade de autores não tem em si nada de surpreendente: muitos outros livros do Antigo Testamento apresentam um caráter compósito: mas, enquanto estes últimos são em geral anônimos, o livro de Isaías se apresenta sob o nome de um personagem, Isaías, que viveu em uma época bem precisa da história de Israel (1,1). A tese de um único autor teve e continua tendo os seus adeptos. A opinião tradicional judaica e cristã foi expressa pelo Sirácida (século II a.C.) o qual, depois de ter falado da atividade do profeta sob o rei Ezequias, diz “que ele viu o fim dos tempos e consolou os aflitos de Sião... anunciou o futuro e as coisas escondidas antes de acontecer” (Sr 48,24-25 – Livro apócrifo). Todavia, a pluralidade de autores não impede que se fale da “unidade” do livro, mas tal unidade tem de ser procurada numa continuidade que se estende por vários séculos e na permanência de determinados temas.
A prova mais manifesta da pluralidade de autores aparece no início do cap. 40, onde começa a assim chamada obra do Segundo ou Dêutero-Isaías: sem nenhuma transição visível, vemo-nos transportados do século VIII para pleno período do Exílio (século VI). Não se fala mais uma única vez de Isaías, e a Assíria é substituída pela Babilônia, cujo nome é mencionado com freqüência, assim como o do rei dos medos e dos persas, Ciro, conquistador da Babilônia e artífice do regresso dos judeus a terra deles (41,2; 44,28; 45,1). Com o cap. 40 começa um novo livro, ao qual serão dedicados parágrafos especiais da presente introdução.
Por mais importantes que sejam, os caps. 40 – 66 não são a única parte do livro seguramente posterior à época de Isaías. Olhando de perto, constata-se que os caps. 36 – 39 constituem a repetição – com importantes variações, é verdade – de um texto histórico que se encontra também no livro dos Reis (2Rs 18,13 – 20,19). Os caps. 34 – 35 revelam uma característica exílica e apresentam parentesco com a obra do Segundo Isaías. Finalmente, o conjunto constituído pelos caps. 24 – 27, correntemente denominado “o apocalipse de Isaías”, está muito longe da mentalidade e das representações dos homens do século VIII. No interior dos conjuntos habitualmente referidos ao próprio profeta (1 – 12; 13 – 23; 28 – 33), há ainda certo número de fragmentos que os comentadores consideram de época posterior.
Convém, portanto, constatar o caráter heterogêneo do livro e não procurar provar artificialmente a unidade do autor. Tentar apresentar a formação do livro de Isaías é, porém, uma tarefa em grande parte hipotética. O término definitivo do livro situa-se depois do Exílio, e mesmo depois do retorno pressuposto pelos caps. 56 – 66. Os redatores tinham à sua disposição não somente trechos esparsos, mas verdadeiras coletâneas. Pode-se admitir que o núcleo do livro de Isaías é constituído por elementos com dominante autobiográfica, notadamente o relato, pelo próprio profeta, da sua vocação ao ministério profético (cap. 6).
Que o próprio profeta tenha praticado a escrita é atestado por textos como 8,1.16 e 30,8, mas é provável que a redação de bom número dos seus oráculos não tenha sido feita por ele, e sim, por seus discípulos, agindo sob a sua ordem, ou algum tempo mais tarde, quando era preciso mostrar a concordância entre os acontecimentos e as palavras pronunciadas. O círculo dos discípulos de Isaías parece ter sido constituído primeiro pela sua própria família: seus filhos, que ele associou ao seu ministério, dando-lhes nomes simbólicos, e sua mulher, que é denominada “a profetisa” em 8,3. Ampliado em seguida, este círculo de discípulos – alguns chegam a falar de uma verdadeira escola de Isaías – deve ter desenvolvido uma atividade literária a partir dos oráculos do mestre. Deve também ter constituído ou pelo menos prefigurado o resto fiel que, depois da catástrofe, seria o germe do povo de Yaohu.
Sobre o número e a dimensão das coletâneas preexistentes que entraram na composição do livro de Isaías, só podemos, evidentemente, fazer conjeturas. O conjunto dos oráculos e histórias reunidas foi inserido num esquema convencional que reencontramos na maioria dos outros livros proféticos, em particular em Jr e Ez, e que comportava três partes:
a) profecias de julgamento sobre Israel;
b) profecias de desgraças sobre os povos estrangeiros;
c) promessas de salvação, principalmente para Israel.
Contudo, como as diversas coletâneas que entraram na composição do livro já constituídas, por vezes segundo o mesmo esquema, no momento da sua redação definitiva, elas resistiram em parte a este enquadramento geral. No interior dos caps. 1 – 39, podemos encontrar as seguintes subdivisões:
1. Introdução ao conjunto do livro, constituída por uma seleção de oráculos de épocas diversas e destinada a fornecer um resumo da pregação do profeta.
2 – 12. Profecias sobre Israel e Judá, que na sua maioria estão entre as mais antigas de Is.
13 – 23. Oráculos sobre as nações estrangeiras.
24 – 27. Conjunto com dominante apocalíptica.
28 – 33. Oráculos diversos de promessas e de ameaças sobre Israel e sobre Judá (cf. 2 – 12).
34 – 35. Outros fragmentos apocalípticos.
36 – 39. Relatos sobre a atividade de Isaías no momento da campanha de Senaquerib contra Jerusalém.
II O PROFETA ISAÍAS
A atividade do profeta. Livro aberto, incessantemente ampliado, o livro de Isaías poderia ser comparado a uma biblioteca, talvez a biblioteca profética por excelência. Mas este aspecto de antologia põe justamente em relevo o papel essencial desempenhado pelo profeta Isaías enquanto vivo e, depois da sua morte, na memória do povo. Este personagem extraordinário foi chamado a profetizar enquanto era ainda relativamente jovem, em 740, e sua atividade se estendeu por um período de, no mínimo, quarenta anos. Seu aparecimento no cenário da história coincide com o período de prosperidade conhecida por Judá sob o longo reinado de Ozias (ou Azarias, cf. 2Rs 15,1-7), mas que tinha como contrapartida o desenvolvimento de luxo, o advento de uma classe de proprietários que açambarcavam todas as terras, o esmagamento dos pobres. O profeta só pode estigmatizar o que considera como o contrário da justiça querida por Yaohu e anunciar a cólera dele. Alguns anos antes, Amós falara na mesma linguagem ao povo de Samaria.
É no começo do reinado de Acaz (2Rs 16,1-20) que Isaías desponta no primeiro plano da atualidade política: enquanto Arâm, cuja capital é Damasco, e Israel, cuja capital é Samaria, tentam levantar-se contra o poder cada vez mais ameaçador da Assíria, o rei Acaz de Judá, ao contrário, estima que a melhor solução é submeter-se à proteção do rei da Assíria, o que lhe vale uma expedição punitiva da parte dos seus dois vizinhos, que querem forçá-lo a entrar na coalizão deles. Esta expedição fracassa, porém Acaz continua sua política assirófila. Após esses acontecimentos, que se situam em torno de 734, o profeta parece haver-se retirado, por sua vontade ou à força, da vida pública durante dez anos. Ele assiste impotente à ascensão progressiva da potência assíria, que se irá fazer sentir em várias províncias do reino de Israel, fazendo-o ruir em 722.
Quando Ezequias sucede a Acaz, em 716 (2Rs 18 – 20). Isaías retorna ao primeiro plano do cenário político. Todavia, se o novo rei se demonstra um fiel do ETERNO, não se deixa aconselhar pelo profeta na condução dos negócios. Isaías sempre se opôs, por motivos religiosos, à aliança de Judá com o Egito e com outros povos vizinhos, mesmo para opor-se à Assíria, quaisquer que fossem as boas razões que pudessem recomendar tais alianças. Ao oportunismo, Isaías sempre opôs as exigências da fidelidade ao ETERNO, em virtude da qual cólera de Yaohu para a punição do povo rebelde, ora o inimigo-tipo, cuja arrogância não podia ficar impune.
A retirada dos exércitos de Senaquerib de diante de Jerusalém, em 701, fora anunciada pelo profeta. Este evento deve ter favorecido o seu prestígio, a despeito das suas profundas divergências com os chefes políticos acerca das causas e das conseqüências do que acabava de suceder.
Chegou-se a supor que Isaías era aparentado à família real, mas a sua autoridade lhe vem antes de tudo da sua missão profética. Embora procurado por causa de seus conselhos, Isaías era seguido apenas por uma minoria. Os representantes oficiais da religião, sacerdotes e profetas, não o ouviram e até o afligiram com os seus sarcasmos. A tradição que faz de Isaías um mártir é certamente apócrifa (pseudepígrafo intitulado Ascensão de Isaías e Hb 11,37): parece, de acordo com o sobrescrito do livro (1,1), que ele não estava mais vivo no tempo do rei perseguidor, Manassés, mas percebe-se nesta lenda o eco de uma opinião, muitas vezes confirmada pelos fatos, segundo a qual a existência profética é, humanamente falando, a experiência do fracasso.
As qualidades essenciais de Isaías – autoridade, nobreza, fé em Yaohu e compaixão pelo seu povo – aparecem na sua linguagem, que se conforma a certas regras tradicionais do oráculo profético, que ele aplica com um domínio da língua até então desconhecido: são freqüentes os trocadilhos, muitas vezes cheios de humor, as aliterações, as assonâncias, as metáforas. Como para os sábios junto aos quais se formou, a realidade lhe parece carregada de sentido. Os elementos da natureza, o fogo, a terra, a água e o vento se lhe apresentam sob o seu duplo aspecto de poder de vida e de morte e exprimem o duplo aspecto de Yaohu, ao qual não se consegue escapar, assim como não se escapa também à realidade que nos cerca. Tudo isto é dito com notável concisão, sem nenhuma palavra supérflua, o que permite distinguir certas frases rasas e redundantes do livro, das palavras autênticas do profeta. Se a linguagem tem não somente poder de expressão, mas também força de criação é sem dúvida em Isaías que encontramos a melhor ilustração bíblica disto.
A mensagem do profeta. A mensagem do profeta está intimamente ligada à sua pessoa e às circunstâncias em meio às quais foi levado a exercer a sua atividade: Isaías fala sempre em e para situações precisas, e a sua atitude depende daquilo que ele vive com o povo. É impossível reduzir esta mensagem a um conteúdo esquemático sem sacrificar-lhe a originalidade. Contudo, já que este profeta, sempre presente ao Yaohu eterno sentado em seu trono, está também presente ao mundo com sua história e suas dificuldades, podemos encontrar nas certas constantes mensagens de Isaías.
Yaohu é para ele o Santo, o que pode ser traduzido pelo termo de transcendência; mas o Yaohu Santo é o Santo de Israel, isto é, ele tenciona ligar-se ao seu povo. A expressão Santo de Israel só aparece mui raramente fora do conjunto do nosso livro e pode ser considerado como característica da teologia da escola de Isaías. A santidade de Yaohu é ciumenta (colocando nos termos “humanos”), não tolera ser compartilhado com ídolos, nem no plano religioso nem no plano político. Ao ser humano – em Isaías a ligação como o povo nunca exclui a visão da humanidade inteira – importa tomar consciência desta verdade, cuja evidência só pode ser negada pelo insensato, e viver em coerência com ela. São, portanto, sempre condenados, quaisquer que sejam as circunstâncias, o orgulho, a idolatria sob todas as formas, a confiança que se deposita nas armas e nas manobras pelas quais as pessoas pensam subtrair-se ao olhar de Yaohu.
Este Yaohu transcendente tem uma história, que não se desenrola independentemente da história do mundo, mas tampouco coincide sempre com ela: o plano ou o conselho (desígnio) de Yaohu, do qual Isaías gosta de falar, é o de um Yaohu escondido, muitas vezes desconcertante e incompreensível, mas sempre mais sábio que os conselheiros considerados hábeis. Inteiramente convicto da soberania do plano de Yaohu, nem por isso o profeta deixa de atribuir grande importância à atividade e até à iniciativa dos homens, que nunca são salvos ou condenados sem que eles mesmos o queiram. É tudo isso que está contido no termo fé, que designa uma atitude permanente para o qual Isaías sempre conclamou o povo. Trata-se de uma fé enérgica, a ponto de parecer absurda e contrária à opinião comum, como no momento da guerra siro-eframita: Sem firme confiança não vos firmareis, isto é, se não crerdes firmemente, não sereis consolidados (7,9). Mas esta fé vigorosa é também feita de calma e de humilde confiança (30,15).
Esta firmeza exigida do homem deve apoiar-se nos sinais que Yaohu deu da sua santidade e da sua vontade de estabelecer a sua realeza de um modo perfeito (cf. tema da terra repleta do conhecimento de Yaohu, 11,9 – Por isso, nada é “Inventado”. E, sim: “Descoberto”): Anselmo Estevan. O trono celeste tem a sua réplica no trono de David estabelecido em Jerusalém. Isaías está fortemente ancorado na tradição davídica e, embora considere que a sucessão dinástica possa ser rompida, o rei ideal do futuro será sempre, para ele, um filho de David, seu messianismo é um messianismo régio. A dinastia de David está estabelecida em Jerusalém, que é não somente o centro de Judá, de Israel e do antigo império, mas também, segundo uma antiga tradição retomada e renovada por Isaías, o centro do mundo, para o qual convergirão todas as nações (2,1-6). David e Jerusalém, eis dois temas principais da sua mensagem, para os quais não cessou de chamar a atenção dos seus ouvintes, e que os discípulos dele retomaram amplamente, adaptando-os ás circunstâncias novas: tanto o messianismo como o papel central e universal de Jerusalém permanecerão no centro da segunda (4 – 55) e da terceira (56 – 66) parte do livro.
III. O SEGUNDO OU DÊUTERO-ISAÍAS
Época e ministério do profeta. A mensagem dos capítulos 40 a 55 do livro de Isaías é dotada pelo fato de ela anunciar o triunfo dos persas, a derrota dos babilônios e a libertação bem próxima dos israelitas exilados na Mesopotâmia. Portanto, esta mensagem foi pronunciada entre 550 e 539, isto é, após as primeiras vitórias de Ciro II, o Grande (41,2-3), sobre Astíages (550) e sobre Creso (546), e antes da sua campanha contra a Babilônia (Is 45 – 48), na qual ele penetra, sem combate, em 539, saudado como libertador, uma vez que o último monarca babilônico, Nabônides, pelas suas inabilidades, levantou contra si a maioria dos seus súditos.
Opositores notórios de Nabônides, os sacerdotes caldeus atribuem os sucessos do rei persa ao deus supremo deles. Marduk (Jr 50,2), e seus acólitos Bel e Nebô (Is 46,1). Até na colônia israelita, alguns estariam propensos a ver nos acontecimentos uma intervenção desses falsos deuses, mas o nosso profeta anônimo, o Segundo Isaias, permanece vigilante no meio dos seus irmãos exilados: lembra-lhes que o único soberano do mundo é o ETERNO. Seguro de estar falando em nome dele (Is 48,16), anuncia-lhes a salvação, isto é, a libertação do jugo babilônico, à volta a Terra Santa e a restauração de Jerusalém.
A libertação vai pôr fim a um exílio de “sete semanas de anos” (587-538); operada de maneira desconcertante por um “messias” pagão, Ciro (Is 45,1), ela fará os israelitas passarem da humilhação para a exaltação. O retorno deles a Terra Santa aparecerá como um Êxodo novo e mais belo que o antigo: recordando a saída do Egito, ele enfatizará a fidelidade de Yaohu ao seu desígnio: eclipsando a saída do Egito, ele deixa entrever a realização definitiva deste mesmo desígnio, o Reino de Yaohu universal (Is 52,7-10). Como este Reino deve instaurar-se a partir de Jerusalém, a Cidade Santa conhecerá uma restauração deslumbrante: é graças a ela que a salvação operada por Yaohu se manifestará a todos os homens sem exceção.
Se o segundo elemento desta salvação, o novo Êxodo, está presente ao longo de todo o livro (caps. 40 – 55), O primeiro (queda da Babilônia, libertação por Ciro) ocupa, sobretudo os caps. 40 – 48, e o terceiro (restauração de Sião, insistência no universalismo da salvação), sobretudo os caps. 49 – 55. Por conseguinte, existem provavelmente duas fases no ministério do Segundo Isaías.
A) Primeira fase (caps. 40 – 48). O profeta, embora proclamando a salvação, retifica quatro desvios:
- aos desanimados que acusam o ETERNO de abandona-los (40,27) lembra as duas razões para ter esperanças: por um lado, o ETERNO criou o mundo e o seu poder refulge no universo: por outro, escolheu Israel, e a sua fidelidade brilha na história;
- aos desavergonhados que acusam o ETERNO de mostrar-se ingrato (43,22-24) o profeta retruca que ingratos são eles, pois acumularam crimes, causa de suas desgraças (43,24-28);
- aos escandalizados que censuram o ETERNO pela escolha de um libertador pagão (45,11-13);
- aos que se deixaram seduzir pelos deuses da Babilônia, dispensadores da prosperidade desta, o profeta demonstra a inconsistência desses fetiches, seja nos processos em que o verdadeiro Yaohu, comparado aos falsos, se mostra o único capaz de anunciar e de fazer o futuro, seja em sátiras contra essas pretensas divindades, tão ineficazes quanto os seus ídolos vacilantes (41,24; 42,17; 44,21; 46,8; 48,5.). “E, diga-se de passagem: cada ídolo – tem o seu nome. Por isso é importante conhecer o único e verdadeiro nome de Deus – seu Nome próprio”. Anselmo Estevan.
§ BEM, VEJA O QUE DIZ A ENCICLOPÉDIA BÍBLICA – O ANTIGO TESTAMENTO INTERPRETADO VERSÍCULO POR VERSÍCULO (DICIONÁRIO). EDITORA AGNOS. AUTOR: R.N. CHAMPLIN, Ph.D. – SOBRE O ASSUNTO DO NOME “CRISTO”:
“PÁGINA 4748” – O TERMO HEBRAICO MASHIAH, SIGNIFICA “UNGIDO” E VEM DE UMA RAIZ HEBRAICA QUE SIGNIFICA “UNTAR”. A SEPTUAGINTA TRADUZIU ESSA PALAVRA PELO VOCÁBULO GREGO CHRISTÓS, “UNGIDO”. ESSA PALAVRA GREGA FOI PARA O PORTUGUÊS, CRISTO, EM VEZ DE SER TRADUZIDA, PARA UNGIDO. ASSIM, O CRISTO, OU O UNGIDO, CUMPRE AS EXPECTAÇÕES E SIMBOLISMOS DO ATO DE UNGIR. ESSA PALAVRA, REFERINDO-SE AO ESPERADO MESSIAS, É UM PRODUTO DO JUDAÍSMO POSTERIOR, AINDA QUE DESDE TEMPOS BEM REMOTOS, ENTRE OS HEBREUS, ENCONTREMOS INDICAÇÕES SIMBÓLICAS. SOMENTE POR DUAS VEZES, EM TODO O ANTIGO TESTAMENTO, ESSA PALAVRA É USADA COMO UM TÍTULO OFICIAL, VER DANIEL 9,25.26. O CONCEITO MESSIÂNICO, POIS, EMBORA TIVESSE TIDO INÍCIO NO ANTIGO TESTAMENTO, (COMO NO LIVRO DE ISAÍAS, ONDE NÃO É USADA A PALAVRA HEBRAICA ESPECÍFICA), TEVE PROSSEGUIMENTO DURANTE O PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO, NOS LIVROS APÓCRIFOS E PSEUDEPÍGRAFOS. VER O ARTIGO SEPARADO CHAMADO UNÇÃO. ESSE ARTIGO INCLUI REFERÊNCIAS BÍBLICAS.
Bem, sendo dessa forma, a partir de agora, quando surgir o nome Cristo – leia-se o Ungido. (YAOHUSHUA) Sem desmerecer os textos anteriores. Somente para continuar seguindo a minha linha de raciocínio... Anselmo Estevan.
Dando continuidade ao texto de Isaias:
Tal é o conteúdo desta primeira fase. Com o fim do capítulo 48, chegamos ao ponto-chave da obra e pressentimos uma virada na vida do profeta: abandonam-se temas, aparecem outros, e a partir daqui a sua pregação se dirige, ao que parece, sobretudo à elite de Israel (cf. 48,22 nota).
B) Segunda fase (caps. 49- 55). A mensagem que o profeta destina aos mais fiéis comporta três aspectos marcantes:
1. A situação deles vai conhecer uma reviravolta espetacular:
- perseguidos (51,7-8), como o profeta (50,4-11), eles serão consolados (51,1-8);
- oprimidos, ver-se-ão salvos.
2. A restauração de Sião é celebrada, na esteira do profeta Oséias e dos seus imitadores, como a reconciliação conjugal entre Yaohu, o esposo, e a comunidade, sua esposa: viúva, Jerusalém reencontrará o seu marido; estéril, ela vai novamente dar à luz; infiel, ela vai ser reassumida pelo seu ETERNO, cuja aliança é indefectível (49,14-26; 51,9-52.12; 54).
3. A conversão das nações ao verdadeiro Yaohu, ao Yaohu de todos, é cada vez mais ressaltada; essas nações aparecem, sucessivamente:
- maravilhadas diante da salvação operada por Yaohu (49,7; 52,10; e já 40,5);
- prosternadas diante de Yaohu e desejosas de conhece-lo (49,23; 55,5; e já 45,14 – 15,23-25);
- iluminados e transformados pelo autêntico servo de Yaohu, testemunha da verdadeira fé diante do universo (49,2.6; 53,11).
Os servos e o Servo de Yaohu. Ao longo da mensagem que acabamos de resumir, o Segundo Isaías empregou vinte e uma vezes a palavra “servo”, uma só vez no plural (54,17), uma vez no sentido pejorativo de escravo (49,7), e dezenove vezes no sentido positivo de servo de Yaohu. Em catorze casos, este servo recebe um nome próprio: É “Israel” ou “Jacó”, isto é, o povo de Israel no seu conjunto. Em cinco casos, o servo permanece anônimo, e é preciso perguntar-se, de acordo com o contexto, quem é designado por este título em 42,1; 44,26; 50,10; 52,13 e 53,11. Será ainda Israel? Será um grupo restrito personificado? Será um individuo? Além disso, as cinco passagens supracitadas visam a uma só e mesma personificação, ou a várias? Um só e mesmo personagem, ou vários? Todas estas hipóteses podem ser defendidas, e de fato o têm sido.
Se, num primeiro tempo, nos ativermos ao sentido imediato dos textos no seu contexto, a palavra “servo” pode designar, conforme o caso: Israel no seu conjunto, Israel na sua elite, o próprio Segundo Isaías, e finalmente o rei persa Ciro.
1. O servo Israel como o povo. Nos caps. 41 – 48, o povo de Israel é efetivamente qualificado como servo do (Senhor) – {termo que só pode ser qualificado como sendo servo = escravo; pois, de Yaohu todos, o seu povo, como nós os gentios; depois do sacrifício do “o Ungido” – nos tornamos “co-herdeiros” da sua Palavra e do sacrifício feito por todos em geral – a Sua morte e Ressurreição...!!}. Anselmo Estevan. Em relação ao resto do Antigo Testamento, isto representa uma novidade; só se encontram alguns outros textos, raros e tardios, em que semelhante denominação é aplicada a Israel (Jr 30,10; Sl 136,22). Ao conferir-lhe este título, o profeta sublinha que o povo eleito [o nome já diz: POVO ELEITO – COMO SE COMPARAR À “SERVO”? Anselmo Estevan.] entrou, desde a sua libertação da escravidão egípcia, no serviço divino, não somente na dependência do ETERNO, mas também em sua intimidade, a ponto de receber dele revelações sobre seu desígnio, bem como a força de colaborar na implantação deste. Em 41,8-16 e 44,1-5, vê-se com que afeição Yaohu se inclina sobre o seu “servo” Israel. [Aqui, O Ungido, na plenitude de seu tempo, iria libertar “Israel-povo” – de sua própria escravidão! Anselmo Estevan.].
2. O servo Israel na sua elite. No interior do povo de Yaohu, opera-se uma seleção; a partir do cap. 49, o profeta, recusado por uma parte dos seus ouvintes (50,6-9.11), volta-se para o grupo dócil à palavra de Yaohu (50,10). Este grupo, que nunca mais será designado pelas palavras paralelas Israel-Jacó, continua sendo, porém, sempre Israel (49,3), mas um Israel reduzido a uma elite, um resto (46,3): se lhe aplicarmos 49,5-6, a primeira tarefa dele seria reerguer os sobreviventes de Israel tomados em seu conjunto, e sua tarefa maior seria levar a luz às nações. Para certos comentadores, o poema 52,13 – 53,12 também poderia ser aplicado à elite de Israel.
3. O Segundo Isaías, servo ele mesmo. O nosso profeta em pessoa pertenceu a essa elite. Deportado e, além disso, perseguido, teve de primeiro buscar reconforto Junto a Yaohu, para poder reconfortar os seus compatriotas como discípulo atento; recolheu as palavras do seu ETERNO, depois as transmitiu. Ao fazer isto, deparou com ceticismo e hostilidade; todavia, mesmo sob os ultrajes, permaneceu firme, tendo a certeza de, na fidelidade de Yaohu, confundir os seus perseguidores e fortificar os que acreditaram nele (50,4-11).
4. O servo Ciro. Os que acolhem a mensagem do profeta, com isto mesmo aceitam as suas declarações, chocantes para muitos, sobre a missão de Ciro. O rei persa é também ele, sem dúvida, um servo de Yaohu. O ETERNO é o soberano que faz triunfar o profeta de Ciro, ao dizer: Jerusalém seja habitada! E Ciro é o servo que faz triunfar o projeto do ETERNO dizendo: Jerusalém seja reconstruída! (44,26-28).
E em contraste com as estátuas fúteis dedicadas aos falsos deuses (41,24.29), não seria Ciro o eleito de Yaohu, animado pelo sopro de Yaohu (42,1)? Com a maneira benevolente que a história lhe reconhece. Ciro seria então aquele que fará admitir por todas as nações o julgamento decretado pelo ETERNO; ao instaura-lo, ele não esmagará as vítimas da Babilônia, juncos dobrados sob a força do jugo, mechas apagadas pela detenção. Sem esmorecer, Ciro cumprirá até o fim a sua missão; servo do servo de Israel, favorecerá, ao restabelecer este último, o cumprimento do desígnio de Yaohu, que é iluminar os homens com a sua luz e uni-los na sua aliança (42,1-7).
São estas algumas das interpretações que se podem propor; dão conta dos textos, com maior ou menor propriedade, mas não são as únicas possíveis.
Por exemplo, os judeus helenizados que produziram a tradução grega (Septuaginta) não hesitaram em dar nome ao servo anônimo de 42,1, e escreveram: EIS AQUI O MEU SERVO JACÓ, QUE EU APÓIO, ISRAEL MEU ELEITO... Na lógica desta interpretação, é Israel que propõe às nações o direito exigido por Yaohu e “a Lei” que Yaohu lhe confiou, para que a transmita ao mundo.
O Targum, comentário em aramaico, originado da explicação oral do texto hebraico, oferece exegeses diversas no que tange aos oráculos que falam de um “servo” de Yaohu. De data incerta e, para muitos dos seus capítulos, de redação tardia, posterior ao advento da era cristã, ele tenderia a ler nas páginas dolorosas as provações de Israel e, nas páginas gloriosas, os triunfos do Messias vindouro. Sem querer encontrar a qualquer custo nas interpretações do Targum o atestado de uma tradição judaica pré-cristã, reteremos simplesmente que a literatura targúmica reconhece em Is 50,10, nos traços do “servo”, o profeta que denominamos o Segundo Isaias; e que, em 52,13 como em 42,1 e 43,10, essa literatura não hesita em escrever: “Meu Servo: o Messias”.
Os oráculos do Segundo Isaías são ricos de sentido e abertos para o futuro; as realizações efetuadas por este ou aquele indivíduo, este ou aquele grupo escondido sob o título anônimo de “servo”, permanece parciais e limitadas: nenhuma pode pretender, ao que parece, ter esgotado a missão em escala mundial anunciada pelo Segundo Isaías.
Para o Novo Testamento, vários textos do Segundo Isaías concernem diretamente à pessoa e à obra de O UNGIDO, o servo perfeitamente justo (50,9; 53,9), cuja morte é aceita como sacrifício de expiação (53,10: afirmação bem nova e única no Antigo Testamento), e a quem foi prometida, para além da morte, uma vida intensa e fecunda (53,9-12).
O rosto de Yaohu. O nosso profeta traça um esboço impressionante do rosto de Yaohu, cujos principais traços são os seguintes:
Yaohu, repete ele, é único e absolutamente incomparável, nenhuma divindade existe ao lado dele. Nenhum ser pode existir antes ou depois dele, pois ele é eterno (43,10; 44,6). Anterior a tudo, ele está também na origem de tudo; sozinho, ele cria tudo (44,24). O verbo criar, reservado ao agir divino, conhece com o Segundo Isaías um aumento repentino do seu índice de freqüência: dezesseis empregos sobre quarenta e quatro (certos) no Antigo Testamento. Além disso, o profeta inova, quando qualifica de criação o surgimento do povo israelita (43,1.7.15), e ganha de Jr 31,22, quando fala de criação a propósito do novo Êxodo (41,20; 48,7). Yaohu, com efeito, põe o seu poder de criador a serviço do seu projeto de salvação: por ter tirado os elementos do caos primitivo e os seus filhos do degredo egípcio (51,9-10), ele poderá tirar os seus fiéis deportados do exílio babilônico, e o seu gesto salvador aparecerá como uma nova explosão de força criadora (41,17-20).
Isto, tanto mais que a salvação não se destina exclusivamente ao povo de Israel, mas a todos os povos do mundo. Antes de criar Israel, Yaohu de todos, o Yaohu universal criou a humanidade (45,12); antes de fazer aliança com Abraão, fez aliança com Noé (54,9). Ele nunca esquece a totalidade dos homens, aqui designada por uma série de sinônimos: a humanidade ou os filhos de Adão, toda carne, a multidão, a que remonta à noite dos tempos (44,7); os povos; as nações; as cidades, os clãs; as ilhas longínquas; as extremidades ou os confins da terra. Todos esses povos, sem exceção, permanecem sob o império de Yaohu; eles estão na sua mão de Todo-poderoso, leves e frágeis a despeito da sua soberba (40,6-7.15-17; 51,6); estão diante do seu olhar de Juiz, que lhes lembra que o mal gera a infelicidade (47); são levados à escuta dos seus apelos de Salvador, que os convida todos à alegria da salvação (45,22-24; 55,3-5).
Visões tão amplamente universais não anulam os privilégios de Israel: pelo contrário, os supõem. Aquele que é o absolutamente Santo (40,25) é também o Santo de Israel (mencionado doze vezes). Se, com efeito, o verdadeiro Yaohu é reconhecido por todos, é porque o é, de modo preeminente, em um povo-testemunha (43,10-12; 44,8), especialmente escolhido, chamado, enviado ao mundo. Esta comunidade crente invoca Abraão (41,8; 51,2), Jacó (43,27), Judá (48,1), David (55,3), e mesmo que não mencione Moisés nestes capítulos, recorda incessantemente a obra dele, o Êxodo, penhor da salvação vindoura e promessa para o povo – no presente, humilhado – de uma posteridade não apenas mantida, mas incessantemente ampliada. O ETERNO, com efeito, nunca cessou de ajudar os seus, de apoiá-los, de carrega-los, de suporta-los, de instruí-los, de guia-los, de associá-los ao plano de salvação que, contrariamente aos falsos deuses, só ele é capaz de anunciar e fazer triunfar.
A constância que o ETERNO manifesta na realização do seu desígnio leva no Segundo Isaías um nome bem especial: sua justiça, vinte e oito vezes mencionada, quase sempre designando bem mais do que o aspecto favorável da justiça judicial ou do que a repartição eqüitativa garantida pela justiça distributiva: esta justiça aparece antes como a misericordiosa fidelidade segundo a qual Yaohu cumpre as suas promessas de salvação, tanto que justiça e salvação são praticamente identificadas (45,8.21; 46,13; 51,5.6.8).
O fato de que Yaohu salva – repete-se isto vinte e duas vezes – dá testemunho do seu amor fiel e da sua solicitude constante, que é não somente a de um pastor ou de um rei (40,11; 41,21; 43,15; 44,6; 52,7), mas também e, sobretudo a de um pai pelos seus filhos (43,6; 45,10-11), de uma mãe pelos seus filhos (49,15-16), de um esposo pela sua esposa (54). Seu amor é tal, que ele suporta e supera o pecado humano, embora repetido e grave, e chega até a apagá-lo (43,25; 44,22) e perdoá-lo totalmente (55,7).
A salvação outorgada por Yaohu apresenta dois aspectos: de um lado, Yaohu liberta, livra, alforria e, sobretudo resgata (cf. 41,14 e dezesseis outras passagens); por outro, Yaohu reagrupa e reconforta ou, se preferirmos, consola. É este verbo, primeira palavra da coletânea e nove vezes repetida, que deu tom à nossa obra, muitas vezes chamada de “Livro da consolação”. Tal reconforto traz mais do que a libertação da desgraça e do mal, mais do que o congraçamento de uma comunidade recobrando uma vida pacífica e boa; ele comporta, além disso, o reflexo, naqueles que dele se beneficiam, do próprio brilho de Yaohu. Este “brilho” divino é expresso pela palavra glória (sete vezes), que em hebraico significa primeiramente “peso”: o Deus que “pesa muito” dá a Israel o “ter muito peso”, graças a Yaohu, nos destinos do mundo (43,4), para finalmente manifestar a sua glória a toda carne (40,5). O mesmo brilho divino é também traduzido pela palavra esplendor, repetida cinco vezes, dizendo o profeta que Yaohu “ilustrou em Israel o seu esplendor” (44,23) e quer “através de Israel ilustrar o seu esplendor” (49,3). Ao longo do livro inteiro exprime-se o contraste entre o miserável trabalho dos artesãos que esculpem laboriosamente ídolos, aos quais tentam em vão dar um “esplendor” humano (44,13) e, a obra deslumbrante do Criador, que vitoriosamente modela crentes aos quais comunica realmente o seu “esplendor divino”.
Este é o rosto de Yaohu que o Segundo Isaías nos faz entrever. Diante desse Deus tão generoso para com os homens, estes últimos são convidados ao acolhimento e à ação de graças. Para suscitar o acolhimento, o profeta convida seus irmãos a voltar ao ETERNO (44,22; 55,7; etc.), a procura-lo (55,1), a freqüenta-lo (55,6), a ouvi-lo (cap. 48 etc.), a desfrutar sua revelação que alimenta mais do que o pão (55,2). Para estimular a ação de graças, o Segundo Isaías multiplica os invitatórios fervorosos, impelindo seus ouvintes a cantar a Yaohu (42,10), a louva-lo até a exaltação (41,16 e seis outras vezes), a aclama-lo (42,11 e onze outras vezes), a exultar (41,16; 49,13), a explodir de júbilo (54,1), a testemunhar júbilo e entusiasmo (51,3.11). Este concerto deve reunir não somente os exilados, mas todos os filhos de Israel, não somente os israelitas, mas todos os povos, não somente todos os povos da terra, mas a própria terra e todos os elementos do cosmo, o céu e os seus astros, o mar e as suas profundezas, para fazer ressoar o hino à alegria de um universo que celebre de maneira unânime o Yaohu que quer a coesão do mundo e a união da humanidade.
IV O TERCEIRO OU TRITO-ISAÍAS
A coletânea. Quando se passa de Is 40 – 55 a Is 56 – 66, descobrem-se semelhanças de pensamento e de vocabulário, mas também uma diferença de tom, expressões novas e diversidade maior entre as diferentes peças que compõem esses últimos capítulos. Eis por que os comentadores têm assumido em relação a eles três posições divergentes:
- Alguns os consideram uma compilação, uma montagem artificial de trechos diversos quanto aos seus autores e às suas datas; esta explicação supõe que exista certa disparidade entre os poemas do nosso livrinho: com efeito, parece difícil atribuí-los todos a um mesmo autor; mas nem por isso se deve renunciar precipitadamente a descobrir relativa unidade entre os mesmos;
- Outros pensam que os caps. 56 – 66 ainda provém do Segundo Isaías, retornado do exílio e enfrentando em Jerusalém os problemas da reinstalação na Terra Santa. Mas, por um lado, é pouco provável que o profeta se tenha plagiado a si mesmo, deformando os seus próprios achados (cf. 40,3 e 57,14; 52,12 e 58,8; 49,23 e 60,16; etc.), e por outro lado, as diferenças entre as duas coletâneas são ainda mais importantes que as semelhanças;
- Outros biblistas, finalmente, acreditam que os onze últimos capítulos do livro de Isaías são em grande parte, senão na totalidade, a obra de um único e mesmo profeta, que se inspira no Segundo Isaías, e que exerce seu ministério em Jerusalém nos dois primeiros decênios subseqüentes ao fim do Exílio.
A este Terceiro Isaías podem-se atribuir os capítulos 60 – 62, que apresentam grande coerência entre si; não há razão decisiva para recusar-lhe 56,9 – 57,21 nem 58, nem 59, nem 65, nem a maior parte de 66, ainda que estes dois últimos capítulos, intimamente aparentados, sejam por vezes considerados como um conjunto à parte. Os dois poemas que mais se sobressaem são 63,1-6 e 63,7 – 64,11; se talvez não provêm do nosso profeta, pelo menos foram cuidadosamente inseridos na sua obra, e o segundo corresponde bem às preocupações dele. Finalmente, é possível que 66,18-24 seja um apêndice devido a editores e que 56,1-8, quiçá pronunciado após a reconstrução do Templo (520-515), seja em trecho mais tardio que o resto, encaixado no início do livrete em razão dos seus contatos literários como o Segundo Isaias (56,5 lembra 55,13; 56,1 retoma 46,13 e 51,5.6.8).
O profeta e o seu ministério. O profeta anônimo parece intervir entre os anos 537 e 520. Um primeiro grupo de exilados voltou, sob a direção do governador Sheshbasar, príncipe de Judá (Ed 1,8-11; 5,14; 1Cr 3,18 gr.). Lançaram-se as fundações do Templo (Ed 5,16), mas muito cedo, em razão das dificuldades internas e externas, interromperam-se os trabalhos; foi preciso contentar-se com restabelecer o altar, para nele recomeçar um culto sumário (Ed 3). Pouco a pouco voltam outras caravanas de exilados, uma delas com Josué, o sumo sacerdote, e Zorobabel, neto de Ioiakin, que sucede a Sheshbasar nas funções de alto comissário delegado pelo poder persa.
Sob a autoridade desses homens, é uma comunidade heterogênea que, em Jerusalém e ao redor da cidade santa, tem de se reconstituir. Distinguem-se nela quatro elementos:
1. Os judeus retornados do exílio (Ed 2; Ne 7); entre eles figuram muitos sacerdotes; pertencem na maioria às tribos de Judá, Simeão e Benjamin; devem enfrentar alguma dificuldade para reinstalar-se em territórios abandonados ou espoliados.
2. Os judeus que haviam permanecido na terra: nas suas fileiras encontram-se seguramente fiéis, mas também idólatras que entendem muito mal o zelo (“ciúme”) religioso dos recém chegados; vários deles devem ter-se instalado em detrimento dos exilados e não estão dispostos a ceder os direitos de propriedade que estes últimos reivindicam. Esta dupla divisão (religiosa e social) aparece em numerosas passagens.
3. Os estrangeiros: muitos haviam podido estabelecer-se na Judéia durante o Exílio; outros vêm trazer-lhes a sua mão-de-obra (60,10; 61,5); outros acompanham israelitas no momento da volta deles a Sião (cf. 60,9; 66,20). Em que medida esses estrangeiros, cada vez mais numerosos, poderão integrar-se ao povo de Yaohu?
4. Os judeus que permaneceram na diáspora, os que estão longe (57,19), mas para os quais é preciso manter desimpedido o caminho da volta (57,14; 62,10), os que o ETERNO ainda quer congregar em torno dos privilégios que já reagrupou (56,8).
A partir desses diversos elementos, o profeta quer refazer um povo unido e santo. Mas choca-se com quatro dificuldades maiores:
- uma crise da esperança do povo, provocada pelo retardamento da salvação;
- uma depravação tenaz: o culto aos ídolos;
- uma divisão do povo exacerbado pelas circunstâncias: o ódio entre irmãos;
- um risco agravado pela conjuntura: o menosprezo aos estrangeiros.
A crise da esperança provém da desilusão que se opera dos repatriados: os muros de Jerusalém continuam arrasados, esperando por... Neemias (445-433); o Templo não saiu do esboço e só será reconstruído – menos belo que antes – entre 520 e 515; as condições de vida são penosas, em razão dos entraves externos (da parte dos samaritanos) e internos (da parte dos que haviam ficado na terra). Tendendo ao desânimo, os fiéis, em meio a tantas provações, dirigem ao ETERNO uma série de recriminações indefinidamente repetidas no tocante ao adiamento da salvação e à aparente inércia do ETERNO. Para calar essas queixas, o Terceiro Isaías por uma parte denuncia o pecado, obstáculo à vinda da salvação, e por outra, reafirma a fidelidade de Yaohu, fonte infalível desta salvação.
O profeta quer, além disso, converter os idólatras, que buscam apoio nos falsos deuses e se entregam a práticas depravadas, como: sacrificar humanos, prostituição sagrada, uso de animais impuros para o culto (65,4; 66,3.17), necromancia (65,4), veneração de Mélek/Moloc (57,9), ou de outras pretensas divindades como Gad e Meni (65,11). Para desvia-los das suas aberrações, o Terceiro Isaías brande duas ameaças: a impotência dos falsos deuses, incapazes de salvar, e o poder do verdadeiro DEUS –, [QUE, AGORA, CONHECEMOS O SEU NOME PRÓPRIO – YAOHU. “Não deixando nada a desejar as concupiscências da CARNE que pra ídolos mortos dão a todos, nomes próprios...! E, para um Deus único, Criador, Salvador, Eterno, Onipotente, Onisciente, Onipresente, só deram “TÍTULOS” – (Alguns – Nobres), outros, Falsos; Blasfemos; etc. Pára não falar um nome Santíssimo...”. E, como fica a oração que O UNGIDO NOS ENSINOU: Mateus 6,9: Portanto, vós orareis assim:
Pai nosso, que estais nos céus,
Santificado seja o “TEU NOME”; .....
O nome de Deus – YAOHU – Tem que ser santificado e não escondido – usando em vez disso, trocadilhos blasfemos e etc. Se descordam da minha opinião; então por que cada ídolo morto feito pelas mãos de homens têm seu nome Próprio e é venerado como tal??? Yaohu é o NOME DO DEUS VIVO. ANSELMO ESTEVAN.], cujo julgamento é inevitável!
Os que rompem a aliança com o seu Deus – Yaohu rompem-na automaticamente com os seus irmãos: com efeito, quantas divisões na população judaica! Observam-se ali governantes incapazes que praticam a extorsão (56,8 – 57,1); pessoas que exploram o seu próximo; brutalidades, recusas de ajuda mútua, violações da justiça, exclusões arbitrárias etc. Vigorosamente, o profeta denuncia esses delitos e mostra a incompatibilidade deles com um culto que se quer autêntico (cap. 58 etc.).
Se com tanta freqüência assim se trata o irmão israelita, como será a conduta para com o hóspede estrangeiro? Em relação aos descendentes de nacionalidade estrangeira, os caps. 56 – 66 do livro de Isaías manifestam posturas diferentes:
- algumas passagens pedem o aniquilamento das nações que se obstinassem no mal (cf. 63,3-6 e 66,15 – 16,24; mais 69,18c e 60,12, que provavelmente são glosas);
- outras páginas mostram as nações a serviço de Jerusalém (60,3-11.13-17; 61,5-9; 62,2-8; 66,12);
- contudo, os problemas mais candentes surgem a propósito da eventual admissão do estrangeiro no grêmio do povo de Yaohu; esses não-judeus temem ser discriminados (56,3), mas os oráculos de Is 56 – 66 lhes abrem belas perspectivas: os filhos de Israel devem não somente assistir a qualquer errante em dificuldade (58,7), mas, além disso, admitir no seu Templo os estrangeiros convertidos (56,3-7) e até talvez considerar a possibilidade de vê-los ascender ao sacerdócio (66,21).
O rosto de Yaohu. Ao ouvir formular todas essas exigências divinas, já adivinhamos os traços do rosto de Yaohu esboçado pelo Terceiro Isaías.
Ele nos lembra de passagem (enquanto o Segundo Isaías sublinhava isto longamente) que o ETERNO é o incomparável (64,3) e o eterno (57,15). Que ele é o criador, o nosso profeta também no-lo repete, porém mais raramente que o seu predecessor: sabe-se que Yaohu fez todos os seres (66,2), acrescenta, sobretudo – e isto é importante – que o ETERNO vai criar céus novos e uma terra nova (66,17; cf. 66,22 – Maranata, é isso que espero meu Yaohu – Anselmo Estevan, 2.010); alhures especifica que Yaohu cria o louvor dos corações convertidos (57,19) e uma nova Jerusalém (65,18).
Criador de tudo, o ETERNO é o Yaohu de todos. Vimos acima à atitude de acolhimento universal que Yaohu prescreve aos seus em favor dos estrangeiros. Ele inspira ao seu profeta que favoreça o universalismo enfatizando a responsabilidade pessoal: não são todos os filhos de Israel indistintamente que, pelo simples fato de pertencer ao povo escolhido, serão seguramente salvos; entre eles figuram fiéis, mas também ímpios. Se o fato de ser israelita não é garantia de salvação, o fato de ser não-israelita também não barra acesso a ela. Pelo contrário, o ETERNO chama a si todos os povos (56,7; 66,18).
O congraçamento das nações deve-se fazer graças a Israel, cujos privilégios são mantidos. Aquele que é absolutamente o Santo (57,15) permanece o Santo de Israel (mencionado duas vezes, em 60,9.14). Sem dúvida, Israel-Jacó, enquanto povo, não é mais interpelado nos caps. 56 – 66, ao passo que o fora dezessete vezes no Segundo Isaías; sem dúvida, o termo eleitos figura sempre no plural, para designar os crentes em oposição aos apóstatas, enquanto no singular ele designava o povo eleito, no Segundo Isaías; mas outras expressões lembram as predileções divinas pela posteridade de Jacó e de Judá (65,9), pela nação dirigida por Moisés (63,11 – 12) e que permanece para sempre o povo de Yaohu, sua parte escolhida, seu herdeiro, tendo por capital Jerusalém destinada a tornar-se a metrópole religiosa do mundo.
Equipando o seu povo para uma missão universal, Yaohu testemunha assim um amor absolutamente fiel (65,16), o do único Pai verdadeiro (63,8.16; 64,17), dotado de atenções profundamente maternais (66,13). Cheio de compaixão (63,9). Chega a perdoar, esquecendo e curando o mal cometido (57,16-18; 64,8). Para salvar, ele resgata, reconforta ou consola e reagrupa, dando a seus amigos a sua glória e o seu esplendor. Fazendo isto, manifesta a sua justiça, isto é, a sua fidelidade absoluta às suas promessas, inquebrantavelmente mantidas a despeito do pecado dos homens. A esses temas já encontrados no Segundo Isaías, o Terceiro acrescenta com insistência o do julgamento de Yaohu, que se exerce fatalmente, em detrimento dos maus (estrangeiros ou mesmo israelitas) e em vantagem dos bons (israelitas ou mesmo estrangeiros). Com efeito, o ETERNO entra em julgamento não somente em favor de Israel, mas com Israel; não somente com Israel, mas com todas a nações do mundo, e a sua sentença universal será decisiva e definitiva (66,16.24).
Diante desse Deus – Yaohu fiel para amar, poderoso para salvar, infalível para julgar, os homens têm de tomar posição – para sua infelicidade se o recusam, para a sua alegria se o acolhem. Seu acolhimento supõe conversão, louvor jubiloso, mas também obediência pressurosa: enquanto o Segundo Isaías só falava uma vez do Temor do ETERNO, o Terceiro Isaías o menciona quatro vezes; outro traço original, que só tem paralelo no livro de Esdras: o profeta convida seus ouvintes a tremer (de zelo) à palavra de Yaohu (66,2-5). Este serviço do ETERNO traz consigo uma boa conduta moral e requer também uma grande fidelidade cultual: no Terceiro Isaías, o Templo é mencionado doze vezes, a montanha santa cinco vezes, e os termos que indicam atos de culto são muito numerosos (o sábado, três vezes; o sacerdócio, o altar, os sacrifícios, os jejuns). É que, segundo o nosso profeta, moral e religião são inseparáveis: seria tão vão pretender amar o próximo sem amor a Yaohu, quanto pretender amar a Yaohu sem amar o próximo.
V. O LIVRO DE ISAÍAS NA TRADIÇÃO BÍBLICA
Finalmente, o livro de Isaías, com todas as partes que o compõem, entrou no cânon dos livros proféticos como uma única obra. A partir daí, ele inicia uma nova história. Da descoberta, em Qumran, de vários fragmentos e de um rolo inteiro do livro de Isaías (que denominaremos o principal ms. de Qumran), podemos concluir que para os membros da comunidade essênia, que se consideravam o verdadeiro Israel, o resto fiel, Isaías representava todo um programa. Com o texto do principal manuscrito de Qumran, é nos restituído o mais antigo manuscrito bíblico, mais de mil anos anterior ao texto masorético: ele apresenta, em relação a este último, variantes bastante numerosas. O interesse suscitado pelo livro de Isaías nos meios judaicos aparece também na tradução grega chamada a Septuaginta: esta por vezes apresenta um texto tão diferente do texto hebraico que se deve ver nela, mais do que uma tradução, uma adaptação. É, todavia útil à medida que da acesso ao texto hebraico do qual ela surgiu, e tem também o seu interesse como testemunha de uma releitura de Isaías pela comunidade judaica Alexandrina.
Juntamente com os Salmos, o livro de Isaías é aquele do qual o NT tirou mais citações, sendo algumas delas explícitas, ao passo que outras são reminiscências bem perceptíveis. É sabido que o anúncio do nascimento do Emanuel em 7,14 é retomado em Mt 1,22-23. Segundo os evangelistas, o ensinamento das parábolas tem por efeito endurecer os ouvintes (Mt 13,14; Mc 4,12; cf. Is 6,10). Imagens importantes como as da vinha ou da pedra angular são freqüentes no NT. O culto dos lábios oposto à obediência do coração (Mt 15,8 e Is 29,13), o escurecimento dos astros nos quadros que descrevem os últimos tempos (Mt 24,29 e Is 13,10), os temas do ramo, da cepa e, sobretudo do servo, têm ajudado os leitores cristãos a compreender (Christós): “O UNGIDO”, a partir do livro de Isaías e a se compreender a si mesmo como o POVO DE YAOHU, sempre confrontado com as promessas de renovação e a iminência do juízo. Poder-se-ia também falar do lugar de Isaías na iconografia e na hinologia: os portais das catedrais, as iluminaras dos livros de piedade, o hinário cristão reeditam todos, à sua maneira, o livro de Isaías, tanto é verdade que no decurso da história raramente a revelação foi mais bem expressa e a fé, mais interpelada do que por esta extraordinária testemunha de Yaohu!
VAMOS AS PRINCIPAIS PERSONAGENS DE ISAÍAS:
ISAÍAS.
Pontos fortes e êxitos:
É considerado o maior profeta do Antigo Testamento.
É mencionado no mínimo cinqüenta vezes no Novo Testamento.
Transmitiu mensagens poderosas de juízo e também de esperança.
Desempenhou um ministério consistente, embora quase não recebesse resposta positiva por parte de seus ouvintes.
Seu ministério estendeu-se durante o reinado de cinco reis de Judá.
Lições de vida:
A ajuda de Yaohu é necessária para confortar as pessoas que estão efetivamente lutando contra o pecado.
Um dos resultados de experimentar o perdão é o desejo de compartilhar esse perdão com os semelhantes.
Yaohu é pura e perfeitamente santo, justo e amoroso.
Informações essenciais:
Local: Jerusalém.
Ocupações: Escriba e profeta.
Familiares: Pai – Amós; filhos – Sear-jasube e Maer-Salal-Hás-Baz.
Contemporâneos: Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, Manassés e Miquéias.
Versículo-chave: “Depois disso, ouvi a voz de Yaohu, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir por nós? Então, disse eu: eis-me aqui, envia-me a mim” (Is 6,8).
A história de Isaías é contada em 2 Reis 19,2 – 20,19. Ele também é mencionado em 2 Crônicas 26,22; 32,20.32; Mateus 3,3; 8,17; 12,17-21; João 12,38-41; Romanos 10,16.20.21.
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