quinta-feira, 1 de setembro de 2011

MTTITYAHU (MATEUS).

O EVANGELHO SEGUNDO




MATEUS







INTRODUÇÃO







Visão geral

Autor: Mateus (Levi).

Propósito: Inspirar os remanescentes ao serviço grato e fiel de promover o reino de Yaohu ao apresentar Yaohushua como o tão esperado rei e apresentar o reino que ele trouxe como o cumprimento do plano de redenção de Yaohu.

Data: 60-70 d.C.

Verdades fundamentais:

Yaohushua cumpriu as Escrituras do Antigo Testamento.

Yaohushua é o Rei prometido (o Messias).

Enquanto esteve aqui na terra, Yaohushua inaugurou o reino de Yaohu.

Os seguidores de Yaohushua devem espalhar o reino a todas as nações.

Os seguidores de Yaohushua sofrerão, mas Yaohushua está sempre com eles.

Quando retornar, Yaohushua completará o reino de Yaohu.





Propósito e característica

O propósito do Evangelho de Mateus é transmitir o ensinamento autorizado de Yaohushua e sobre ele, cuja vinda marcou o cumprimento das promessas de Yaohu. Não se trata meramente de uma história ou biografia, uma teologia ou uma confissão, um catecismo ou um conjunto de ensinamentos; é uma combinação de todas essas coisas. Mateus não permite separação entre a narrativa e a teologia ou entre a teoria e a prática. A História é a única base autêntica para a teologia, e a teologia dá o único significado correto para a História; o mesmo vale, também, para a teoria e a prática.





MATEUS. O prólogo e o final. Em vez de antepor, como Lucas, um prefácio ao seu evangelho, Mateus indica o sentido da sua obra no prólogo que abre a narrativa da vida pública de Yaohushua (1 – 2) e no final que encerra o evangelho (28,16-20), por ocasião da única aparição do Ressuscitado: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Ide, pois; de todas as nações fazei discípulos, batizando-as em nome do Pai – (YAOHU), do Filho – (YAOHUSHUA) e do Espírito Santo – (“RÚKHA hol – RODSHUA”), ensinando-as a guardar tudo o que vos ordeno. Quanto a mim, eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos!” {AQUI, ENCONTRAMOS O “MAIS FORTE” – SIGNIFICADO PARA “IRMÃOS”. E, MUITA GENTE, NÃO ENTENDE, E, DESPREZA O QUE ESTÁ AO SEU LADO E, SÓ POR ESTAR EM UMA CONGREGAÇÃO.... ETC. JÁ ACHA ESTAR SALVO!? SENDO ASSIM, TEMOS QUE OLHAR UNS PELOS OUTROS – QUE YAOHUSHUA É POR NÓS. ANSELMO ESTEVAN}.

Neste “manifesto” do Ressuscitado, dois pontos mais salientes são sublinhados: a autoridade de O UNGIDO e a função de seus discípulos.

1. Como os outros evangelhos, o de Mateus relata a vida e o ensinamento de Yaohushua; e, a seu modo, porém mais do que eles, explicita a “cristologia primitiva”. O Emanuel anunciado a José (1,23), isto é, “Deus conosco”, ficará presente aos que crêem até o fim dos tempos (28,20), como o “mestre e docente” (didata) que ele foi na terra e continua sendo, por intermédio de seus discípulos, com uma autoridade plena que recebeu de Yaohu – e não de Satanás (4,8-10) –, já que o Pai tudo lhe entregou (11,27). É isto que confere ao evangelho de Mateus a perspectiva ética que o caracteriza.

Em conformidade com as Escrituras, este Yaohushua foi rejeitado pelos judeus, de sorte que a Boa Nova possa ser comunicada aos pagãos. Eis o que mostra, em resumo, o prólogo. De fato, este tem a função, mais que de narrar os acontecimentos da infância de Yaohushua, de exprimir, a partir de antigas tradições, o sentido da vida terrena daquele que ressurgiu dos mortos. Ao passo que, em nome de Israel e da linhagem de David, José acolhe o Menino concebido do RÚKHA e nascido da Virgem Maria, eis que, em decorrência da visita dos magos – prefigurações dos pagãos que a Boa Nova convida à salvação –, Jerusalém, os sumos sacerdotes, o rei Herodes, todos o ignoram, o rejeitam e perseguem. Em vez de adora-lo, Herodes chega a tentar mata-lo junto com as crianças de Belém; mas Yaohushua se lhe furta e se refugia na Galiléia, símbolo da terra dos gentios. Morte e ressurreição vêm assim prefiguradas nesta história trágica, que finalmente desemboca na proclamação do Evangelho aos próprios pagãos.

Com isto, Yaohushua, o Messias, dá o remate à história de Israel. Outra maneira de Mateus manifesta-lo é a demonstração escriturística. Ele salpica o seu texto com citações, na intenção de mostrar que o modo de agir de Yaohushua se ilumina constantemente pela Escritura: “Assim devia cumprir-se o oráculo do profeta” (1,22 nota). Portanto, os que rejeitam Yaohushua enganaram-se quanto à sua pessoa: Yaohushua é verdadeiramente o Messias esperado pelos judeus.

2. Com autoridade, este Yaohushua deu aos Onze o encargo de anunciar a Boa Nova e de fazer de todas as nações discípulos seus. Este anúncio é primeiro o do “Reino dos céus”, conforme a expressão que caracteriza o primeiro evangelho e que, aliás, se situa dentro da tradição judaica sobre o Reino de Deus. Yaohu é, de fato, o soberano que permanece presente a seu povo e que, em momentos oportunos, intervém com autoridade no curso da história. Tal modo de falar provém de certo, em parte, do regime político de Israel no decorrer dos séculos; a ocupação romana só consegue acirrar o sonho de uma intervenção soberana de Yaohu; sim, só Yaohu é nosso Rei, compraziam-se em dizer os judeus da época. Mas, se Yaohushua mantém a expressão “Reino dos céus”, não o faz no sentido de uma libertação política; ainda menos no sentir de Mateus, pois ele refere estas palavras depois da morte de Yaohushua e, por isso, não pode contar com a realização por Yaohushua de tal sonho.

Em Mateus, a expressão tornou-se técnica, para designar a soberania de Yaohu sobre o seu povo; ela é mesmo empregada em sentido absoluto, quando Yaohushua anuncia “os mistérios do Reino” (13,11). Alhures – em Lucas ou em João – ela foi comumente reinterpretada e significa: vida eterna, céu. Eis por que, em Mateus, a expressão permaneça ambígua. Assume tanto o significado de “reinado” como, às vezes, de “reino”, quando vem introduzida por um verbo que significa “entrar no” (3,2 nota). Ela não visa simplesmente ao futuro, mas igualmente ao presente. As parábolas do Reino (13) indicam as suas características: inaugurado pelo gesto do semeador, deve frutificar até a messe final, de maneira misteriosa e a despeito dos fracassos ocasionais. Em razão desta perspectiva escatológica, o Reino de Yaohu não pode, pois, identificar-se com a Igreja, mesmo se o termo “Igreja” (16,18; 18,18) designa a comunidade dos discípulos que anunciam o Reino e lhe produzem os sinais. Esta comunidade tem por lei o serviço mútuo (18,12-14) e detém, com Pedro, as chaves do Reino (16,16; 18,19). Embora saiba que o Reino já está inaugurado, ela ora, ainda hoje e sempre: “Faze com que venha o teu reino!” (6,10).





Composição literária. Mateus trabalhou baseado em fontes que lhe são comuns com Marcos ou Lucas; mas, dentro do quadro desta semelhança geral, oferece uma narração bem diferente da de Marcos, quer pelo número e amplidão dos elementos que lhe são próprias (p. ex., 1 – 1; 5 – 7; 11,1-30; 13,24-30.36.52; 18,10-35; 28,9-20), quer pela liberdade com que utiliza certas matérias que lhe são comuns com Marcos (compare-se, p. ex., Mt 4,1-11 com Mc 1,12-13; Mt 8,23-27 com Mc 4,35-41; Mt 9,9-13; com Mc 2,13-17; Mt 14,13-21 com Mc 6,32-44; Mt 16,13-20 com Mc 8,27-30; Mt 21,18-19 com Mc 11,12-14; Mt 21,3-46 com Mc 12,2-12; Mt 24,1-36 com Mc 13,1-37), quer finalmente por um conjunto de elementos que ele hauria com toda a verossimilhança de uma coletânea de palavras de Yaohushua que também Lucas deve ter empregado (p. ex., 3,7-10; 7,7-11; 11,4-6; 12,43-45). É difícil precisar até que ponto essas fontes já foram anteriormente inseridas em agrupamentos mais amplos, mas pode-se, pelo confronto com Marcos e Lucas, constatar o modo de Mateus compor.

1. As suturas cronológicas, exceto em 4,17 e 16,21, normalmente carecem de valor (cf. 3,1 nota). As indicações topográficas costumam ser bastante vagas e não autorizam a composição de um itinerário minucioso; graças a elas, entretanto, o leitor se vê colocado ante uma trajetória histórica e não ante uma mera sucessão de cenas. Mateus gosta de engastar uma narrativa ou uma sentença dentro da repetição de uma mesma palavra, procedendo assim a uma “inclusão” (6,19 e 6,21; 7,16 e 7,20; 16,6 e 16,12); emprega o paralelismo sinonímico ou antitético, por exemplo, sob a forma de quiasmo (16,25); não receia repetir as mesmas fórmulas (8,12; 22,13; 25,30), o mesmo fraseado para designar igual realidade (8,2 e 9,18; 9,4 e 12,25) ou a mesma palavra na boca de locutores diferentes (3,2; 4,17; 10,7). Suas narrações se caracterizam comumente pela brevidade: o anedótico de Marcos desaparece para dar lugar a uma apresentação catequética, que é sóbria e até hierática (comparem-se as narrativas de cura da sogra de Pedro em Mt 8,14-15 e Mc 1,29-31).

Mateus gosta de compor conjuntos por agrupamentos numéricos (assim são privilegiados os números 7, 3 ou 2) ou por meio de encadeamentos (assim 18,4-6). Ao passo que Marcos e Lucas se contentam com justapor as suas fontes. Mateus colige palavras e narrativas (assim 8,5-13 comparado com Lc 7,1-10 e 13,28-29), visando a um sentido mais profundo. Gosta de combinar ensinamentos analógicos: assim, insere o “Pai-nosso” num conjunto que já formava uma composição acabada (6,7-15 em 6,1-18) e compõe “discursos” conferindo-lhes caráter exaustivo (assim 10,17-42; 13,35-53; 25). Ao conjunto de milagres que constitui 8,1-17, Mateus acrescenta outras séries de milagres (8,23 – 9,8 e 9,18-34); aos três anúncios do destino do Filho do Homem, acrescenta desenvolvimentos que amplificam o ensinamento de Yaohushua (assim 18,5-35; 19,1 – 20,16).

Finalmente e sobretudo, sempre na ordem da composição literária, são de notar os cinco grupos que se denominam, por falta de termo melhor, os “discursos” de Yaohushua. São conglomerados de palavras de Yaohushua que constituem a trama do evangelho e são pontuados pela cláusula aposta a cada um deles: “Ora, tendo Yaohushua concluído essas instruções” (cf. 7,28 nota). Esses “discursos” apresentam sucessivamente a “justiça do Reino” (5 – 7), os arautos do Reino (10), os mistérios do Reino (13), os filhos do Reino (18), a vigilância e fidelidade requeridas na espera da manifestação final do Reino (24 – 25).

2. A partir dessas evidentes características de estilo, o leitor tenta realizar agrupamentos mais vastos. Mas então, já não é Mateus que o exige; é o leitor que o propõe. Por isso, a presente tradução não quis impor grandes divisões ao texto do evangelho. Aqui, todavia, julgamos útil assinalar três tipos de divisão, três “planos” de Mateus propostos pelos críticos.

a) O mais simples, aparentemente, é o plano geográfico, análogo ao que se julga descobrir em Marcos; ministério de Yaohushua na Galiléia (4,12 – 13,58); atividade de Yaohushua nas regiões limítrofes da Galiléia, seguida da viagem a Jerusalém (14,1 – 20,34); finalmente, ensinamento, padecimentos, morte e ressurreição de Yaohushua em Jerusalém (21,1 – 29,20). A dificuldade provém do fato de ninguém conseguir mostrar que Mateus tinha alguma intenção teológica específica ao mencionar esses vários lugares; assim, a divisão geográfica talvez não passe de uma moldura dentro da qual foram agrupadas as diversas matérias.

b) Outros autores estabelecem o plano de acordo com os “cinco discursos” destacados por Mateus graças às cláusulas anteriormente indicadas. De fato, há aí cinco conjuntos em que se encontra compendiado o ensino de Yaohushua; mas será que eles permitem distribuir os assuntos dentro de uma alternância narração-discurso? Tal correspondência só é fácil de mostrar para 11 – 12 e 13; mas, nesta hipótese, será realmente possível qualificar 11 – 12 de narrativa, já que estes capítulos formam uma série de pequenos discursos apenas situados no espaço e no tempo? Quanto aos outros conjuntos, não se pode estabelecer uma relação estreita entre 3 – 4 e 5 – 7, nem entre 14 – 17 e 18; e unir 8 – 9 com 10 ou 19 – 23 com 24 – 25 é forçar o texto. O Evangelho de Mateus não é um catecismo ilustrado com exemplos; narra uma existência histórica que tem alcance doutrinal.

c) Outros pensaram que Mateus quis reproduzir, sobre uma trama histórica, o drama da existência de Yaohushua. Tendo-se em conta os “sumários” (4,12-17; 12,15-21...), os encadeamentos (12,15-21 e 3,13-17; 11,1 – 12,50 e 8,1 – 9,34) as anotações topográficas dominantes (8,1 – 9,34; 14,1 – 16,20; 20,29 – 28,20) ou recessivas (11,1 – 12,50; 16,21 – 20,28), a variedade dos auditórios – predominância da multidão (8,1 – 9,34), dos inimigos (11,1 – 12,50; 21,23 – 23,46) –, pode-se distribuir o conjunto em duas grandes partes.

Na primeira (3,1 – 13,58), Yaohushua se apresenta, mas o povo judeu se recusa a crer nele. Todo-poderoso em obras e palavras (4,12 – 9,34), envia seus discípulos a anunciarem a Boa Nova (9,35 – 10,42); efetua-se então a opção pró ou contra Yaohushua: os ouvintes são convidados a discernir o evento que se realiza, nos milagres anteriormente narrados (11 – 12) ou no novo ensinamento em parábolas (13). No fim, Yaohushua é rejeitado pelos seus (13,53-58).

Na segunda parte (14 – 28), Yaohushua percorre o caminho que o leva pela cruz à glória da Ressurreição. Dois movimentos animam esta narrativa: um, com base geográfica (14,1 – 16,20), depois com base doutrinal (16,21 – 20,34), permite que Yaohushua ministre à sua comunidade um ensinamento particular. O outro sucede em Jerusalém, onde Yaohushua faz uma entrada majestosa e toma posse do Templo (21,1-22); depois disto, ele enfrenta seus inimigos: manifesta em três parábolas o desígnio de Yaohu (21,18 – 22,14), sai vitorioso das controvérsias e ciladas que lhe armam (22,15-46) e denuncia a hipocrisia dos escribas e fariseus (23). Depois, Yaohushua anuncia o julgamento do mundo inteiro (24 – 25); deixa-se julgar e condenar pelos homens (26 – 27). Finalmente, Yaohu o ressuscita (28).

De sorte que Mateus relata um drama. Yaohushua exigia do povo judeu uma adesão incondicional à sua pessoa; proclamava a admissão dos pagãos no Reino dos céus. Este encontro deveria ter sido o arremate do destino do povo de Yaohu; mas em conseqüência da recusa de Israel, tornou-se separação, arrancamento. Desde então, a comunidade dos discípulos, fiel ao ensinamento de Yaohushua ressuscitado, é o verdadeiro povo de Yaohu que, subtraído à prepotência dos arrendatários rebeldes, deve produzir os frutos esperados por Yaohu (21,43).





A comunidade de Mateus. Pela escolha do seu material, bem como pela ordenação do mesmo, o Evangelho de Mateus desvenda as preocupações do ambiente em que foi dado à luz. Indiquemos três aspectos do mesmo.

1. Mateus é o evangelista que mais insiste na lei, na Escritura, nos costumes judaicos; por exemplo, introduz por conta própria referência às três grandes práticas de piedade judaicas (esmola, oração, jejum); à diferença de Marcos (7,3-4), não sente necessidade de explicar tais usos; finalmente, Yaohushua se dirige com prioridade ao seu povo (10,6; 15,24). Mas esta insistência na lei é corrigida por outra, sobre a plenificação que a lei deve receber e que a Escritura aponta na própria pessoa de Yaohushua; e, por fim sobre os abusos gerados pelas tradições farisaicas. Tudo é submetido a uma reinterpretação radical, como mostram as “antíteses” do Sermão da Montanha, no cap. 5. Mateus insiste na passagem da Boa Nova aos pagãos; o que lhe interessa é, portanto, a explosão do evangelho no âmbito do mundo inteiro; todos os homens serão chamados a juízo pelo Filho do Homem (25,31-46), todas as nações serão convidadas a receber o ensinamento de Yaohushua (28,19).

2. Em Mateus, diversamente de Marcos, os discípulos ocupam um lugar único na economia da Revelação; são profetas, sábios e escribas da nova lei (13,52; cf. 23,34), mas, ao atenuar seus traços fisionômicos históricos, Mateus aplicou-se em fazer deles tipos duradouros: assim, eles prefiguram o comportamento de qualquer discípulo do porvir, até mesmo quando se mostram homens de pouca fé (8,26; 14,31; 16,8; 17,20).

3. Finalmente, o retrato de O UNGIDO é influenciado pela comunidade remanescente de Mateus. Já indicamos como Yaohushua cumpre as Escrituras, justificando com isto o desígnio de Yaohu e fundamentando a apologética remanescente. Além disto, Mateus, com uma insistência que lhe é peculiar, apresenta Yaohushua como Mestre, o Docente por excelência (5,2.19; 7,29; 21,23; 22,16; 4,23; 9,35; etc.). Em Marcos, este termo tem o sentido geral que lhe é comum no mundo antigo; em Lucas, vê-se Yaohushua a ensinar os seus discípulos a orar (Lc 11,1); em João, o seu ensinamento refere-se sobretudo à sua própria pessoa (Jo 8,20.28). Em Mateus, o Mestre ensina principalmente a nova “justiça”, ou seja, uma fidelidade nova à lei de Yaohu (5,19-20; 7,29; 15,9; 28,20); dela é o intérprete “escatológico”, revestido da “autoridade” suprema de Yaohu, a fim de apartar seus ouvintes das “tradições humanas” cujos guardiães são os escribas (15,9) e ensinar-lhes uma nova perfeição (5,48; 19,21).

Desde o início do evangelho, Yaohushua é O UNGIDO, filho de David, Filho do próprio Yaohu. Na sua qualidade de Filho de Yaohu e UNGIDO - CHRISTÓS, Yaohushua é o “didata”, o intérprete decisivo da vontade de Yaohu. Daí se compreende como o discípulo já o chame, da mesma forma que um remanescente, YHWH – YAOHU – O ETERNO [esta é a minha forma de entender de um verdadeiro remanescente. Pois, veja como o livro chamaria o Filho de Deus depois dos parênteses]: Livro: (Daí se compreende como o discípulo já o chame, da mesma forma que um cristão, “Senhor”). {O QUE DISCORDO TOTALMENTE DA FORMA “SENHOR” – COMO JÁ EXPLICADO NAS APOSTILAS ANTERIORES E PELO FATO DO “CRISTÃO”, DA FORMA ERRÔNEA DA PALAVRA “CRISTO” – JÁ EXPLICADA, TAMBÉM, NAS APOSTILAS ANTERIORES DO TERMO = “PAGÃO”...!!}. ANSELMO ESTEVAN. , e que Mateus omita os traços que em Marcos descrevem a cólera de Yaohushua, sua irritação ou ternura; O UNGIDO ostenta uma dignidade muito mais consistente do que em Marcos (compare-se Mt 13,35 e Mc 6,3; Mt 15,33 e Mc 8,4...).





Destinatário, data, autor. Para os antigos Pais da Igreja, a coisa era simples: o primeiro evangelho fora escrito pelo apóstolo Mateus “para os fiéis provenientes do judaísmo” (Orígenes). Muita gente ainda pensa assim, embora a crítica moderna atente mais à complexidade do problema. Diversos fatores permitem localizar o primeiro evangelho. Parece evidente que o texto atual reflete tradições aramaicas ou hebraicas: vocabulário tipicamente palestino (ligar e desligar: 16,19; jugo a carregar, reino dos céus...), expressões estas que Mateus julga inútil, explicar a seus leitores, diversos usos judaicos (5,23; 12,5; 23,5.15.23). Por outra parte, parece evidente que este evangelho não é uma simples tradução de um original aramaico, mas revela uma redação grega. Embora tipicamente impregnado de tradições judaicas, não se pode afirmar que sua proveniência seja palestina. Comumente, estima-se que tenha sido escrito em Antioquia (Inácio refere-se a ele pelos inícios do século II) ou na Fenícia, pois nestas regiões vivia um grande número de judeus. Finalmente, pode-se entrever uma polêmica contra o judaísmo sinagogal ortodoxo dos fariseus, tal como se manifesta na assembléia sinagogal de Jâmnia pelos anos 80. Em tais condições, numerosos são os autores que datam o primeiro evangelho dos anos 80-90, quiçá um pouco mais cedo; não se pode obter total certeza a tal respeito.

Do seu autor, nada diz o evangelho. A mais antiga tradição eclesiástica (Pápias, bispo de Hierápolis, primeira metade do século II) o atribui ao apóstolo Mateus-Levi. Grande número de Padres (Orígenes, Jerônimo, Epifânio) seguem-lhe a opinião, e certos autores quiseram deduzir daí que se pode atribuir ao apóstolo uma primeira forma, aramaica ou hebraica, do nosso Mateus grego. Mas o estudo do evangelho não confirma essas hipóteses, sem todavia invalidá-los radicalmente. Por isso, na falta de conhecer com precisão o nome do autor, convém contentar-se com alguns traços delineados no evangelho mesmo: o autor se reconhece na sua obra. Versado nas Escrituras e tradições judaicas, conhecendo, respeitando, mas interpelando rudemente os chefes religiosos do seu povo, perito na arte de ensinar e fazer “compreender” Yaohushua a seus ouvintes, insistindo sempre nas conseqüências práticas do seu ensinamento, ele corresponderia bastante aos traços característicos de um letrado judeu feito remanescente, um “dono de casa que tira do seu tesouro coisas novas e velhas” (13,52).





Atualidade do primeiro evangelho. Desde o século II, o Evangelho de Mateus foi considerado como “o evangelho da Igreja”, talvez devido às tradições que refere acerca da “Igreja” (16,18 e 18,18) ou, mais provavelmente, devido à riqueza e ordenação de sua documentação. Ainda hoje pode sê-lo, sob condição de não se lhe pedir o que não quer nem nos pode dar. Ao interpelar a sua Igreja, Mateus pouco se importa com reproduzir ao pé da letra a linguagem do tempo de Yaohushua; identifica-se tão bem com a voz de sua Igreja, da qual é intérprete, que dificilmente se consegue ouvir a “testemunha ocular”. Por isso, em vez de recorrer a ele primeiramente para reconstituir uma história do tempo de outrora, é mister ler nele o evangelho da atual comunidade de Mateus. A melhor maneira de escuta-lo será assumir a atitude do crente tal como Mateus o descreve. Outrossim, o leitor não se deve incomodar com o caráter semitizante do seu estilo, por exemplo lastimando que ele se ache jungido a um pesado aparato de citações escriturísticas. Tomadas essas precauções, Mateus fala muito adequadamente ao REMANESCENTE de hoje.

Evangelho da plenificação de Israel por Yaohushua, Mateus manifesta o enraizamento da Igreja em sua tradição original. A Igreja não é um “novo Israel”, mas o “verdadeiro Israel”; ela não sucede a Israel, mas indica a direção em que o Israel não convertido a Yaohushua deve avançar para alcançar sua culminação e, em sentido oposto, ela deve descobrir neste Israel as suas próprias raízes.

Ao omitir a identificação da Igreja com o Reino dos céus, Mateus recorda à Igreja de hoje sua verdadeira fisionomia. Sem dúvida, a instituição é necessária para que a comunidade de Yaohushua sobreviva, mas ela é provisória: o Reino de Yaohu é, por si só, o que dá sentido à Igreja, situando-a no seu lugar próprio com referência a Yaohu e a Yaohushua – O UNGIDO, que agem na história dos homens.

O REMANESCENTE hodierno é convidado por Mateus a assumir a atitude dos discípulos do tempo de Yaohushua. Com eles, pode reconhecer o seu YHVH todo-poderoso, e ouvir que se lhe lance em rosto a própria incredulidade, mas também receber a missão de anunciar a Boa Nova até os confins do mundo. Assim, atualiza-se a relação do crente com o seu YHVH – ETERNO – Yaohushua.

Num mundo em devir, o Ressuscitado manifesta a sua presença e convida os crentes a voltarem incessantemente aos ensinamentos que ele ministrou durante sua vida terrestre: a identidade entre O UNGIDO ressuscitado e Yaohushua de Nazaré tornado presente pelo evangelho, tal é o núcleo do testemunho de Mateus.









AS PRINCIPAIS PERSONAGENS DE:



MATEUS







JOSÉ



Pontos fortes e êxitos:

Era um homem integro.

Era um descendente do rei Davi.

Exerceu a função do pai terreno e legal de Yaohushua.

Era uma pessoa sensível à direção de Yaohu e disposta a fazer-lhe à vontade, a despeito das conseqüências.



Lições de vida:

Yaohu honra a integridade.

A posição social pouco importa quando Yaohu escolhe alguém.

Ser obediente à direção de Yaohu nos leva a receber ainda mais diretrizes da parte dEle.

Os sentimentos não são medidas precisas do certo ou do errado para executar um plano.



Informações essenciais:

Locais: Nazaré e Belém.

Ocupação: carpinteiro.

Familiares: Esposa – Maria; filhos – Yaohushua (O UNGIDO), Tiago, José, Judas, Simão e as filhas [com nomes não são mencionados].

Contemporâneos: Herodes, o Grande; João Batista; Simeão; Ana.



Versículos-chave:

“Então, José, seu marido, como era justo e a não queria infamar, intentou deixa-la secretamente. E, projetando ele isso, ele que, em sonho, lhe apareceu um anjo do Yaohu, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Rúkha hol – RODSHUA” (Mt 1,19.20).



A história de José é contada em Mateus 1,16 – 2,23 e Lucas 1,26 – 2,52.







HERODES



Pontos fortes e êxitos:

Recebeu dos romanos o título de “rei dos judeus”.

Manteve-se no poder por mais de 30 anos.

Foi um governante eficiente, embora cruel.

Patrocinou enorme variedade de projetos para grandes construções.



Fraquezas e erros:

Tinha a tendência de tratar os que estavam a seu redor com terror, suspeitas e ciúmes.

Mandou matar vários de seus filhos e, pelo menos, uma esposa.

Ordenou a matança dos meninos de Belém.

Embora reivindicasse ser um adorador de Yaohu, estava envolvido com muitos cultos pagãos.



Lições de vida:

Muito poder não traz a paz nem a segurança.

Ninguém pode impedir que os planos de Yaohu se cumpram.

A falta de serenidade e lealdade não impressiona as pessoas, nem tampouco a Yaohu.



Informações essenciais:

Ocupação: Rei da Judéia, entre 37 e 4 a.C.

Familiares: Pai – Antipater; filhos – Arquelau, Antipater, Antipas, Felipe e outros; esposas – Dóris, Mariane e outras.

Contemporâneos: Zacarias, Isabel, Maria, José, Marco Antônio, Augusto.



Versículo-chave:

“Então, Herodes, vendo que tinha sido iludido pelos magos, irritou-se muito e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em todos os seus contornos, de dois anos para baixo, segundo o tempo que diligentemente inquirira dos magos” (Mt 2,16).



Herodes, o Grande, é mencionado em Mateus 2,1-22 e Lucas 1,5.







MATEUS



Pontos fortes e êxitos:

Era um dos doze discípulos de Yaohushua.

Respondeu imediatamente ao chamado de Yaohushua.

Convidou muitos amigos à sua casa, para conhecerem Yaohushua.

Escreveu o Evangelho de Mateus.

Esclareceu aos judeus o cumprimento das profecias do Antigo Testamento em Yaohushua.



Lições de vida:

Yaohushua aceitou pessoas de todas as classes sociais.

Além da habilidade que recebeu de Yaohu para cuidar dos registros, atentando para os detalhes, Mateus recebeu uma nova vida e um novo propósito.

Tendo sido aceito por Yaohushua, Mateus imediatamente procurou colocar outras pessoas em contato com o Mestre.



Informações essenciais:

Local: Cafarnaum.

Ocupações: cobrador de impostos, discípulo de Yaohushua.

Familiar: Pai – Alfeu.

Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos, Herodes, os outros apóstolos.



Versículo-chave:

“E Yaohushua, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um homem chamado Mateus e disse-lhe: Siga-me. E ele, levantando-se, o seguiu” (Mt 9,9).



A história de Mateus é contada nos Evangelhos. Ele também é mencionado em Atos 1,13.







MARIA (Irmã de Lazaro)



Pontos fortes e êxitos:

Talvez tenha sido a única pessoa próxima que compreendeu e aceitou a morte expiatória de Yaohushua. Ela dedicou tempo para ungir o corpo do Mestre, antes da crucificação.

Aprendeu o momento propício para ouvir e para agir.



Lições de vida:

A missão de servir a Yaohu pode tornar-se uma barreira para conhece-lo pessoalmente.

Os pequenos atos de obediência e serviço têm grandes efeitos.



Informações essenciais:

Local: Betânia.

Familiares: Irmãos – Marta e Lazaro.



Versículos- chave:

“Ora, derramando ela este ungüento sobre o corpo , fê-lo preparando-me para o meu sepultamento. Em verdade vos digo que, onde quer que este evangelho for pregado, em todo o mundo, também será referido o que ela fez para memória sua” (Mt 26,12.13).



A história de Maria é contada em Mateus 26,6-13; Marcos 14,3-9; Lucas 10,38-42 e João 11,17-45; 12,1-11.









PEDRO



Pontos fortes e êxitos:

Tornou-se um líder reconhecido entre os discípulos de Yaohushua, estava entre os três mais próximos do Mestre.

Foi a primeira grande expressão do evangelho, durante e depois do Pentecostes.

Provavelmente, conheceu Marcos e deu-lhe informações que foram registradas no Evangelho deste.

Escreveu duas epístolas: 1 e 2 Pedro.



Fraquezas e erros:

Muitas vezes, falava sem pensar, mostrando-se impulsivo e impetuoso.

Durante o julgamento de Yaohushua, negou três vezes que o conhecia.

Mais tarde, Pedro considerou muito difícil tratar com igualdade gentios e judeus convertidos ao cristianismo – OS REMANESCENTES. (messiânicos).



Lições de vida:

O entusiasmo deve unir-se a fé e ao conhecimento, para não se extinguir.

A fidelidade de Yaohu pode compensar nossas maiores infidelidades.

É melhor ser um seguidor que erra às vezes do que alguém que não segue a Yaohu!



Informações essenciais:

Ocupações: Pescador, discípulo.

Familiares: Pai – João; irmão – André.

Contemporâneos: Yaohushua, Pilatos, Herodes.



Versículo-chave:

“Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mt 16,18).



A história de Pedro é contada nos Evangelhos e no livro de Atos. O apóstolo também é mencionado em Gálatas 1,18 e 2,7-14. Ele escreveu as duas epístolas que levam o seu nome: 1 e 2 Pedro.

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