INTRODUÇÃO AO LIVRO DE:
SOFONIAS
INTRODUÇÃO
Visão geral
Autor: O próprio Sofonias.
Propósito: Conclamar o povo de Judá e de Jerusalém ao arrependimento em face da invasão, bem como à esperança numa grande restauração após o tempo de destruição e exílio.
Data: 640-621 a.C.
Verdades fundamentais:
Yaohu usou os babilônios para castigar severamente Judá e muitas outras nações por causa dos seus pecados.
Buscar humildemente a Yaohu provê esperança de proteção contra o mal.
A destruição de outras nações redundaria, um dia, em benefício para Israel.
Yaohu purificará gentios e judeus e lhes concederá bênçãos grandiosas depois que o seu julgamento estiver terminado.
Propósito e características
A terminologia de Sofonias é muitas vezes semelhante à de seus predecessores (cf. 1,7a com Hc 2,20; 1,14 com Jl 1,15; 17b com Is 34,6), o que provavelmente indica que ele estava familiarizado com as profecias desses profetas. Ele manteve a continuidade com os profetas que o precederam.
O foco de sua mensagem, entretanto, era “o dia do ETERNO”. Nesse dia, um inimigo estrangeiro, a “espada” do ETERNO (2,12), infligiria severa destruição a Jerusalém (1,4). Esse inimigo tem sido variadamente identificado com os citas, os assírios ou os babilônios. Próximo ao final do reinado de Ezequias, Isaías já havia identificado os babilônios como aqueles que conquistariam Jerusalém (Is 39,5-7). Portanto, é muito possível que Sofonias tivesse essa ameaça em mente.
O tratamento dado por Sofonias a esse tema forma dois ciclos que se movem do julgamento divino para a esperança de salvação.
CHRISTÓS, “O UNGIDO” –, EM SOFONIAS.
(Yaohushua):
O livro de Sofonias não contém nenhuma profecia messiânica direta, mas o foco do profeta sobre o “dia do ETERNO” como uma ocasião de julgamento e bênção liga a sua mensagem com a obra de O UNGIDO. Num determinado momento, o Novo Testamento identifica o dia do ETERNO com o dom do “Rúkha no dia de Pentecostes” (At 2,20). Normalmente, entretanto, o dia do ETERNO se refere ao retorno glorioso de O UNGIDO (1Co 1,8; 5,5; 2Co 1,14; 1Ts 5,2; 2Ts 2,2; 2Tm 4,8; 2Pe 3,10), e descreve esse dia como a ocasião em que YAOHUSHUA destruirá todos os seus inimigos e derramará bênçãos maravilhosas sobre seus fiéis seguidores. [“O último inimigo a ser destruído: A MORTE – 1Co 15,26. {1Co 15,24-28 – Hb 2,14.15; Ap 1,18; Rm 6,9; 6,11; Tt 1,4; 2,13; 3,6; 1Co 15,51-57; Ap 20,11-15}. Efésios 4,4-6: Há somente um corpo e um Rúkha, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só ETERNO – Yaohu, uma só fé, um só BATISMO; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos”.]. “Há, também, um ÚNICO NOME AO QUAL FOI DADO AOS HOMENS NÃO POR MÃOS HUMANAS...”. Por isso, é essencialmente saber o seu único nome - “AGUARDEM NO FINAL DESTA APOSTILA” – AS REVELAÇÕES APÓS “Malaquias” - do “NOME DE DEUS!”. Anselmo Estevan. Essas correlações entre a mensagem de Sofonias e o ensino do Novo Testamento apontam para duas direções.
Em primeiro lugar, Sofonias predisse que a descrição infligida pelos babilônios alcançaria a muitos. Não apenas os ímpios em Judá seriam julgados, mas as nações iníquas do mundo também receberiam o julgamento de Yaohu. Esse julgamento babilônico, entretanto, seria apenas um prenúncio do julgamento eterno que virá quando O UNGIDO retornar em glória.
Em segundo, Sofonias predisse que a destruição trazida pelos babilônios não anularia as promessas de Yaohu. Yaohu purificaria um povo para si mesmo de entre as nações e dos exilados judeus, e os traria em alegre celebração às maravilhas de uma Jerusalém renovada [os REMANESCENTES]. Anselmo Estevan. Essa visão profética é cumprida em YAOHUSHUA. Em O UNGIDO, os gentios são unidos aos crentes judeus para formar um corpo (Ef 2,11-16). Quando O UNGIDO retornar, homens e mulheres redimidos de todas as nações se curvarão diante dele em louvor cheio de alegria (Ap 7,9-10) na nova Jerusalém (Ap 21,1-3). E, o louvaram com o seu verdadeiro Nome – “VEM YAOHUSHUA” – VEM! VOCÊ NÃO QUER FICAR DE FORA NÃO É MESMO. ENTÃO APRENDA SOBRE SEU NOME OK. Anselmo Estevan.
SOFONIAS: Será que Yaohu se interessa pelos homens? É ele quem conduz a história? Tal era a pergunta dos céticos ao profeta, num tempo de calamidade (Sf 1,12).
I. O quadro histórico. O pano de fundo do livro de Sofonias é, com efeito, uma época excepcionalmente dramática que interrogava este profeta –, como a outros, aliás –, acerca do sentido da história.
Para começar, é o tempo da expansão assíria, com as destruições e crueldades que ela acarretava. Ruína dos estados arameus situados entre o Eufrates e o Mediterrâneo; em seguida, a de Damasco, em 732 a.C.; tomada de Samaria, em 722, com deportação da população; tomada de Tiro, em 701, e de Sídom, arrasada de alto a baixo, em 671; saque de Tebas no Egito, em 663; saque de Babilônia, em 689: “Eu a tratei pior do que um dilúvio”, escreverá Senaquerib.
Algumas dezenas de anos mais tarde, a situação se inverte: os medos aniquilam Ninive em 612. Depois, os neocaldeus de Babilônia inundam o Ocidente: Jerusalém é sitiada três vezes e acabará arruinada, em 587.
Entre estes dois movimentos pendulares, houve ainda uma invasão dos citas que, durante vinte e oito anos (de 639 a 611 mais ou menos), dominaram grande parte do Oriente Médio. Vindos do norte do mar Negro, empurraram os medos, apoderaram-se da Ásia Menor e prosseguiram, ladeando a costa mediterrânea, sua marcha para o sul, em direção do Egito. As instâncias e os presentes do rei do Egito (Psamético, 664-620 a.C.) fizeram-nos voltar atrás. Contudo, senhores da Ásia e dos confins do Egito, os citas pilharam e arruinaram inteiramente os territórios que ocupavam ou atravessavam, impondo, a bel-prazer, o seu domínio aos povos submetidos. Seu domínio terminou com o saque de Ashqelon e a queda de Ashdod (c. 611), na Filistéia. Foi na mesma época (609-608) que o faraó Nekô II apoderou-se de Gaza, outra cidade da Filistéia, venceu os sírios ou Meguido e adiantou-se até Harran, na Mesopotâmia.
Durante todo esse tempo, e particularmente durante o período assírio que marcou o longo reinado de Manassés, Jerusalém não podia ficar de lado. Apertada no corredor palestinense, ela participou das manobras políticas e dos jogos de coalizão a que se entregavam os pequenos estados situados entre a Mesopotâmia e o Egito. Foi assim que o rei Amon, de Judá, foi assassinado, provavelmente por um grupo de oficiais decididos a repelir o jugo assírio. Diante deste movimento egiptófilo, houve imediata contra-revolução “da gente da terra”, graças à qual Josias, aos 8 anos, subiu ao trono.
Nesta linha de reação ao domínio assírio, durante os anos da minoridade do rei, é que se compreende melhor a atuação do profeta Sofonias e suas críticas políticas e religiosas, dirigidas tanto contra os ministros e os príncipes da corte real, como contra os que aderiam ao estrangeiro, adotando seu modo de vestir ou práticas religiosas. Foram encontrados, por sinal, contratos de venda dessa época, concernentes a judeus ou egípcios de Guézer, redigidos em assírio e conformes ao direito assírio.
II. Plano do livro. Deve-se atribuir aos editores do livro de Sofonias a atual disposição em três partes, de acordo com o clássico esquema tripartido, tipicamente profético (cf. Jeremias, Ezequiel), a saber: advertência a Israel, julgamento das nações e promessas de restauração.
Detalhadamente, o livro segue o seguinte plano:
1) Título (1,1), redacional;
2) oráculo de advertência e de ameaça contra Judá (1,2-13);
3) o Dia do ETERNO (1,14-18);
4) exortação a um Resto, os humildes (2,1-3); [os REMANESCENTES], A. E.
5) julgamento e ameaças contra as nações inimigas de Judá (filisteus, moabitas, amonitas, núbios e assírios) (2,4-15);
6) rejeição de Jerusalém, posta no mesmo plano das nações pagãs (3,1-8);
7) promessas de restauração (3,9-20).
III. Os grandes temas do livro. Um céu de apocalipse e uma terra para os pobres do ETERNO, tais são os dois horizontes de Sofonias, com uma realidade central: Yaohu “no meio” de seu povo (3,5.12.15; cf. 3,2), pois só Yaohu orquestra a história e salva os humilhados.
A) O Dia do ETERNO. Este tema tornou célebre a profecia de Sofonias. É o eixo de gravitação do pensamento do profeta, com dois pólos: de um lado Israel, do outro, as nações; duas forças antagônicas, cujo resultado será: o “Resto”. O tema do Dia impõe-se pela conjuntura histórica das grandes perturbações políticas do tempo. O Dia do ETERNO é o momento em que este vinga seu povo, decide seu destino, salva-o como outrora no tempo do Êxodo; para tanto, renova os aterradores prodígios contra as nações. Todavia, a concepção de Sofonias ultrapassa o quadro estrito da história: o que ele prediz é um cataclismo cósmico. Sem trair a mínima hesitação nem sombra de emoção, o profeta anuncia esse dia de cólera (dies irae) e de destruição. Se há esperança para os humildes, a história irá acabar num festim de sangue, presidido por Deus. O Dia do ETERNO (já mencionado por Amós, Naum e Joel) será o dia de perturbação geral. Com uma amplidão sem igual, Sofonias descreve um julgamento que, pelo terror e desolação, atingirá não apenas os homens e as civilizações, mas tudo o que tem vida na terra, e constituirá uma espécie de desintegração da criação (Sf 1,2 – 3.15).
Contudo, em Sofonias, o Dia do ETERNO não se declara como o fim do mundo e da história, mas como a metamorfose e recriação do povo de Yaohu, a fim de uma era de pecado. E tudo vai terminar nos cantos de alegria do “RESTO” – OU seja (OS REMANESCENTES). Anselmo Estevan. (Cap. 3).
B) Oráculos contra Jerusalém e contra as Nações, já que a cidade é infiel e recalcitrante, e seus chefes, juízes, profetas e sacerdotes se fizeram surdos à voz de Yaohu, o profeta põe Jerusalém sob o juízo de Yaohu, votando-a à desgraça. O ETERNO vai perscrutar, condenar e punir. E não serão só os grandes a sofrer; também os idólatras, os funcionários, os comerciantes e os incrédulos. Desde o Templo até os mercados, a cidade inteira padecerá a ação divina.
Quanto às nações pagãs, também elas sofrerão o castigo divino. Como outros profetas, Sofonias volta-se para os quatro pontos cardeais, a fim de anunciar sua ruína e seu aniquilamento: aos filisteus (oeste), a Moab e Amon (leste), aos etíopes (sul) e à Assíria (norte).
O livro apresenta uma leitura profética dos sinais dos tempos, leitura que prepara o nascimento da literatura apocalíptica.
[“Por isso mesmo é imprescindível saber o seu Verdadeiro e Único Nome Pessoal – Porque os “REIS” – se fizeram de surdos – TODOS SE FIZERAM DE SURDOS! Não seja você, também, um surdo?”]. Anselmo Estevan.
C) Os humildes. Ao lado dos trovões de sua voz de profeta, Sofonias tem inflexões de ternura pelos pequenos que “põem em prática” à vontade do ETERNO. Estes, os “humildes”, têm esperanças de escapar ao cataclismo da cólera divina. São o “Resto”, o NOVO POVO DE YAOHU!
D) A Santa Montanha do ETERNO. Yaohu quer reunir um Israel qualitativo, o “Resto”, e honrá-lo diante das nações, e isto na Jerusalém feliz, livre e santa, onde ele reinará. Com isto, depois de algumas das páginas mais sombrias do Antigo Testamento, o livro de Sofonias termina num tom de esperança e de alegria, numa visão de danças na Jerusalém em festa.
IV. Data e autenticidade do livro. Como bem o disse com razão Karl Barth, “os profetas são homens sem biografia”. No entanto, as alusões de Sofonias à história de seu tempo são bastante claras e supõem longa experiência nos meios políticos, o que permite datar sua obra, pelo menos aproximadamente. Pode-se ter como certa sua atuação a partir da minoridade de Josias. Por tanto se, como pensam os historiadores, seu ministério começou por volta de 630 a.C., é muito possível que tenha conhecido a queda de Ninive em 612 e talvez mesmo os dois cercos de Jerusalém (597 e 587/586) e sua tomada. A deportação dos habitantes para Babilônia explicaria por que depois de tantas profecias de desgraça, Sofonias pôde pronunciar oráculos que prometiam aos exilados retorno e restauração.
Nunca se duvidou seriamente nem da existência do profeta nem da canonicidade do livro. Mesmo comportando vestígios de intervenções posteriores, é preciso considerar com cautela as críticas a versículos ou passagens pretensamente inautênticos.
Entre os textos menos atestados considere-se 2,8-11, em que a métrica poética da “Lamentação” (qiná) desaparece, para ressurgir no v. 12.
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