EPÍSTOLA DE PAULO AOS
EFÉSIOS
INTRODUÇÃO
Visão geral
Autor: O apóstolo Paulo.
Propósito: Ensinar aos messiânicos em Éfeso a maravilha e as implicações práticas de ser a Igreja de Maschiyah.
Data: 60-62 d.C.
Verdades fundamentais:
A Igreja havia recebido bênçãos maravilhosas pela sua união com Maschiyah.
A Igreja foi levada da morte para a vida em Maschiyah.
A Igreja se estenderá mundialmente com judeus e gentios unidos em Maschiyah.
A Igreja deve batalhar pela unidade em Maschiyah.
A Igreja deve viver nos caminhos de Maschiyah, não retornar aos caminhos do mundo pecador.
A Igreja deve buscar em Maschiyah forças para o combate espiritual.
Propósito e características
Assim como a carta aos Romanos, Efésios fornece uma compreensão única da teologia de Paulo, pois foi escrita quando Paulo pôde dar-se ao luxo de não ter de tratar de uma controvérsia local importante. O que se destaca em Efésios é a reverência com a qual o mistério da Igreja é consumado.
Efésios descreve a Igreja como a nova humanidade de Yaohu, uma colônia na qual o YHVH da História estabelece um antegosto de unidade e da dignidade renovadas da raça humana (1,10-14; 2,11-22; 3,6.9-11; 4,1 – 6,9). A Igreja é uma comunidade na qual o poder de Yaohu para reconciliar homens e mulheres consigo mesmo é experimentada e, depois, compartilhada em relacionamentos transformados (2,1-10; 4,1-16; 4,32 – 5,2; 5,22 – 6,9).
EPÍSTOLAS PAULINAS: (5ª).
Objeto e conteúdo da epístola. O tema central da Epístola aos Efésios é o desígnio de Yaohu (o mistério), ficando desde toda a eternidade, oculto durante os séculos; realizado em Yaohushua – O UNGIDO – Maschiyah, revelado ao apóstolo, desenvolvido na Igreja. Esta é celebrada como uma realidade universal, simultaneamente terrestre e celeste, ou melhor, como a realização atual da obra de Yaohu, a da nova criação. A sua expansão, a partir da cabeça, Maschiyah, até a plenitude das dimensões previstas por Yaohu, constitui a vasta perspectiva para a qual o autor dirige em olhares dos crentes. Esse dinamismo exprime-se nas imagens entrecruzadas do crescimento do corpo e da edificação da casa de Yaohu. Integradas pelo batismo neste corpo, no qual estão reunidos Israel e as nações pagãs, os messiânicos se tornaram criaturas novas, pelo louvor, o conhecimento e a obediência. Eles figuram como núcleo central da reunificação do universo.
A epístola se divide em duas partes iguais e fáceis de distinguir.
1. A primeira (caps. 1 – 3) evoca a Igreja como plenificação da obra de Yaohu, num estilo característico que decorre ao mesmo tempo da liturgia e do magistério. Ela principia com uma bênção no estilo especifico do culto judaico (para alguns, esta passagem se estenderia até o fim de Ef 3). A celebração da graça ilimitada de Yaohu (1,3-14) constitui o seu trecho mais bem definido. Uma oração de iluminação vai dar na exaltação de Maschiyah, Yaohu do universo e cabeça da Igreja (1,15.23). Ef 2 evoca a grande viravolta operada em Yaohushua O UNGIDO: o que estava morto está vivo (1 – 10), o que estava dividido e alienado acha-se reconciliado (11 – 22); a salvação pela graça atinge a cada um e, por conseguinte, reúne em Maschiyah todos os homens; doravante, não existe mais barreira entre Israel e as nações pagãs, e a reconciliação deles anuncia a reconciliação do universo inteiro. O artífice desta reconciliação é o apóstolo: Ef 3 revela a posição de Paulo no desígnio de Yaohu (vv. 2-13) e toda a primeira parte termina com uma oração de adoração que conta o amor incomensurável de Maschiyah (3,14-19) e conclui com uma doxologia (3,20-21).
2. A segunda parte (caps. 4 – 6) pode intitular-se: exortação aos batizados, exortação que decorre da celebração. O apóstolo chama a comunidade a viver na unidade e, para que isso aconteça, evoca assaz detidamente a edificação e o crescimento do corpo de Maschiyah, graças aos ministros que lhe são dados (4,1-16). As instruções que seguem voltam a tratar dos temas tradicionais do catecismo primitivo: convite a abandonar a antiga maneira de viver para abraçar a nova, revestindo-se de Maschiyah (4,17-31), imitando a Yaohu (4,32 – 5,2), passando das trevas para a luz (5,3-20). O quadro das novas relações instauradas em Maschiyah (5,21 – 6,9) contém a bem-conhecida exposição sobre a união conjugal de Maschiyah com sua Igreja (5,25-32). Vem finalmente o apelo a envergar a armadura do messiânico para sustentar o combate contra as potências celestiais (6,10-17). Imagens e temas são tomados do AT e às vezes se inspiram em Qumran ou mesmo na filosofia popular, mas a epístola os renova pela iluminação que vem de Maschiyah.
Efésios termina com uma exortação à oração (6,18-20) e breves mensagens (6,21-22) que introduzem a saudação final (6,23-24).
Irmãos e Irmãs leitores (as): “De forma alguma poderia deixar passar, Efésios, sem fazer uma colocação de suma importância!” Vejam esses dois estudos bíblicos que se entrelaçam entre si a nosso favor.:
- O verdadeiro Batismo no Rúkha hol – RODSHUA: Efésios 1,13-14 Em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Rúkha hol – RODSHUA da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória!
1,13, selados. Como a impressão indelével deixada pelo selo do anel de um rei, o Rúkha hol – RODSHUA é uma marca interior da posse de Yaohu sobre o seu povo o qadôsh Rúkha da promessa. Como Yaohushua disse (Lc 24,49), o Rúkha hol – RODSHUA é a promessa do Pai. De modo notável, essa promessa é estendida aos gentios, bem como aos judeus, com base na crença deles em Maschiyah (Ez 36,26-27; Jl 2,28; Jo 14 – 16; At 1,4-5; 2,33.38-39; Gl 3,14; 4,6).
Catecismo Maior de Westminster:
Pergunta 72. O que é a fé justificadora?
Resposta: A fé justificadora é a que salva. É operada pelo Rúkha e pela Palavra de Yaohu no coração do pecador, o qual, sendo por eles convencido do seu pecado, da sua miséria e da sua incapacidade e da das demais criaturas para o restaurar desse estado, não somente aceita a verdade da promessa do evangelho, como também recebe e confia em Maschiyah e na sua justiça, que lhes são oferecidos no Evangelho para o perdão dos pecados e para que a sua pessoa seja aceita e reputada justa diante de Yaohu, para a salvação.
Referências bíblicas.
Hb 10,39; 1Co 12,3.9; Rm 10,14.17; Jo 16,8.9; At 16,30; Ef 1,13; At 10,43; Fp 3,9; At 15,11.
Pergunta 81. Todos os crentes sempre têm a certeza de que estão no estado da graça e de que serão salvos?
Resposta: A certeza da graça e da salvação, não sendo da essência da fé, os crentes verdadeiros podem esperar muito tempo antes de consegui-la; depois de desfrutar dela, podem senti-la enfraquecida e interrompida por muitas perturbações, pecados, tentações e deserções, contudo, eles nunca são deixados sem a presença e o apoio do Rúkha de Yaohu, que os guarda de caírem em desespero absoluto!
Referências bíblicas.
2Pe 1,10; 1Jo 5,13; Sl 77,7-9; 22,1; 31,32; 73,13-15.23;1Jo 3,9; Is 54,7-11.
Limpos pela PALAVRA – O ÚNICO E VERDADEIRO BATISMO NO RÚKHA HOL – RODSHUA: Jo 13,10; 15,3; 2Tm 1,9; Efésios 4,5-6; 1Co 6,11; Hb 10,22; 1Pe 1,3.23; Rm 12,2; Ef 5,26; Jo 14,16; Ef 1,13; 1,14; 4,30; 2,8-10! Maschiyah, que tinha que fazer parte conosco para sofrer por nós foi batizado nas águas para dar o “início dos seus sofrimentos e assim receber o Rúkha hol - RODSHUA – Como estava escrito nas Escrituras... pois Ele tinha que ser identificado como tal...! E, isso tinha que acontecer naquela época para que cressem... e, assim foi. Mas quem o recebe e está na sua Palavra já está limpo não precisa refazer o que ele fez por nós de novo...?! Somente estando nas suas Palavras já estamos limpos! Se crermos de verdade e observarmos o que nos foi deixado escrito (Escrituras Sagradas), e, as pormos em prática, já somos novas criaturas pois estamos em novas atitudes... não precisando refazer o que ele fez por toda a humanidade. Então existe um único Batismo não de regras humanas mas no Filho de Yaohu...!”. Pois o que adianta ser batizado nas águas... e se podemos cair de novo e de novo...?! E, se só há uma Salvação No Filho!! Pois a Palavra mesma diz: “Aquele que está em pé, cuidado para que não caia...” (1Co 10,12).
Essa é a glória (Para Glória) – de Yaohu [Um só Batismo], conhecido nos céus... Aos “Anjos...!”.
Efésios 3,8-10: A mim, o menor de todos os santos, me foi dada esta graça de pregar aos gentios o evangelho das insondáveis riquezas de Maschiyah e manifestar qual seja a dispensação do mistério, desde os séculos, oculto em Yaohu, que criou todas as coisas, para que, pela Igreja, a multiforme sabedoria de Yaohu se torne conhecida, agora, dos principados e potestades nos lugares celestiais, segundo o eterno propósito que estabeleceu em Maschiyah Yaohushua, nosso YHVH, pelo qual temos ousadia e acesso com confiança, mediante a fé nele!
Pela Igreja. Isto é, pela incorporação de judeus e gentios juntos num corpo em Maschiyah, se torne conhecida... nos lugares celestiais. Paulo já havia mencionado “o príncipe da potestade do ar” (2,2) e retomaria a batalha dos messiânicos contra os seus inimigos celestiais (6,10-17). É útil relembrar a sua controvérsia com os falsos mestres em Colossos. Ele havia argumentado em sua epístola àquela Igreja que Yaohushua é YHVH de todas as coisas, incluindo o mundo espiritual, e também que é em Yaohushua, e em Yaohushua apenas, que céu e terra são reconciliados (Cl 1,15-20; 2,8-23). Paulo via o estabelecimento da paz entre judeus e gentios na Igreja como um sinal para os poderes cósmicos. Do ponto de vista de sua cultura, não havia maior divisão na raça humana do que entre judeus e gentios. O fato de eles poderem ser unificados radicalmente uns com os outros em Maschiyah era uma demonstração da profunda sabedoria de Yaohu (Is 55,8-9; 1Co 2,6-10), e servia como prova para os poderes celestiais de que Yaohushua é realmente YHVH do Universo (1,20-23).
Bem, acho que já dá para expor o meu ponto de vista: Satanás, ficou enciumado com a “Criação de Yaohu” – o Ser Humano...! E, premeditou toda a “queda para a criação de Yaohu...!!”. Só que Nem nos Céus, e Nem na Terra, era conhecido o PLANO de YAOHU para com sua criação. Por isso a palavra GLÓRIA – para seu Nome... vêm desses dois estudos. Que principalmente as suas criações – Os ANJOS – não acreditavam que por uma única palavra e por um “’Elo(rr)hím(i)” se tornar Humano – poderia restabelecer uma união que era impossível aos olhos mesmo de sua criação em forma de anjos... A NOSSA SALVAÇÃO – O EVANGELHO!
Você viu como funciona... há muito tempo eu tinha essa idéia...! Mas, viu o que foi e é preciso para expor a mesma simplesmente se fazer entender...É assim que funciona toda a Palavra de Yaohu! É como plantar uma semente num vaso... mas só temos a “semente”..., todo o resto precisa ser providenciado, cuidado cultivado... para que cresça e viva.... É isso irmãos, e irmãs: não desistam nunca somente precisamos de uma coisa CRER no SEU ÚNICO FILHO. Somente isto. Por isso quero saber seu verdadeiro Nome pessoal e intransferível. Yaohushua.
Anselmo Estevan.
Circunstâncias e características da epístola.
a) Efésios faz parte das chamadas cartas do cativeiro. O quadro histórico é o de colossenses e de Filemom. Paulo está preso (Ef 3,1; 4,1; 6,20; cf. Fm 9,10.13.27; Cl 4,3.10.18), rodeado dos mesmos companheiros, encarrega Tíquico de idêntica missão (Cl 4,7-8; Ef 6,21-22).
b) Entretanto, essas comparações são de tal natureza que criam um problema. Constata-se, a propósito de Efésios, que todos os pormenores relativos aos dados históricos são tomados quase literalmente de Colossenses (Ef 6,21-22). Além disso; o apóstolo não conhece pessoalmente ou seus destinatários (1,15); por conseguinte, não se pode tratar da Igreja de Éfeso, onde Paulo teve uma estada prolongada. Aliás, os manuscritos nos alertam logo no primeiro versículo, visto muitos deles omitirem a indicação de Éfeso (cf. Ef 1,1 nota); desde a Antiguidade, houve quem supusesse que a epístola houvesse sido dirigida à Igreja de Laodicéia, próxima de Colossos, que, segundo Cl 4,16, recebeu uma carta do apóstolo, carta esta da qual não achamos vestígio algum, exceto este.
c) Os traços de parentesco entre Efésios e Colossenses concernem também ao estilo: recurso aos desenvolvimentos litúrgicos, sintaxe muitas vezes sobrecarregada, abundância de sinônimos, encadeamentos de complementos, expressões no particípio, analogias de vocabulário, influências sapienciais. As características de Colossenses são aqui acentuadas e os semitismos, mais numerosos.
d) Enfim, é preciso fazer o levantamento dos mais marcantes desenvolvimentos paralelos:
Efésios Colossenses
1,6-7 1,13-14
1,13 1,5
1,15 1,9
1,15-16 1,3-4
2,1.5 2,13
2,2-3 3,7
3,1-13 1,24-29
4,15-16 2,19
4,22-24 3,9-10
5,6 3,6
5,19-20 3,16-17
5,21 – 6,9 3,18 – 4,1
6,18-20 4,2-4
6,21 4,7
A relação Efésios-Colossos constitui um dos enigmas do NT, para o qual ainda não foi encontrada solução plenamente satisfatória. Eis as principais hipóteses que foram propostas:
1. Alguns poucos consideram a carta aos Efésios um texto Paulino, que o autor de Colossenses teria em seguida remanejado para dar mais peso à sua mensagem.
2. A opinião mais comum vê nessas cartas duas mensagens que o apóstolo enviou quase ao mesmo tempo a Igrejas vizinhas, inspirando-se em Colossenses para compor Efésios. Neste caso, Efésios representa o último estágio do pensamento do apóstolo. Prisioneiro em Roma, Paulo quer legar às comunidades, talvez sob a forma de uma carta circular, a sua suprema meditação sobre o mistério da salvação e da Igreja.
3. Para outros, após ter composto Colossenses, Paulo cofiou a um secretário ou a um discípulo muito próximo o cuidado de dirigir uma segunda mensagem. Isto explicaria o parentesco entre os dois textos e suas divergências, ao mesmo tempo que alguns desvios observáveis em Efésios.
4. Enfim, vários motivos importantes inclinam não poucos especialistas a considerar que a epístola pertence a uma época mais tardia, a da geração pós-apostólica e que ela emana de um meio profundamente marcado pelo apóstolo.
Por suas características, ela faz pensar em uma bênção-exortação pronunciada oralmente no decurso de um ato de culto, transformada depois em epístola, de maneira a poder figurar na coleção das cartas paulinas. Constata-se, por outro lado, que Efésios volta a tratar dos temas desenvolvidos alhures, mas de tal maneira que a relação de Efésios com Romanos, 1 Coríntios, Gálatas e até com Colossenses se explica menos por uma dependência direta do que por reminiscências, e uma evocação dos motivos provenientes da pregação apostólica. Enquanto Colossenses, em particular, mostrava-se mais semelhante a outras cartas de Paulo pelo estilo e a apresentação, Efésios é mais rica em temas tipicamente paulinos (nem a salvação pela graça, nem o povo de Yaohu, nem o Rúkha qadôsh aparecem em Colossenses). As afinidades com Qumran são mais freqüentes; ora, a influência essênia tendia mais a se exercer na catequese habitual da segunda geração. Nota-se enfim a influência exercida pela literatura sapiencial, já perceptível em Colossenses: os termos de sabedoria, ministério, plenitude se multiplicam e talvez já estejam marcadas por certas observações que resultariam na gnose.
Enfim, a fixação de uma data ulterior para a epístola explicaria as relações que existem entre Efésios e as epístolas pastorais, se consideradas como posteriormente a Paulo, e também com a tradição joânica; e, neste caso, um mesmo meio pode ser-lhe atribuído: Éfeso. Mas é sobretudo um exame da sua teologia que permite definir o caráter particular da epístola.
Teologia da epístola: enraizamento Paulino e horizonte novo. Seja como for, a Epístola aos Efésios está profundamente marcada pelo pensamento do apóstolo Paulo. Mas são esses vínculos impressionantes que levantam problemas. Enumeremos rapidamente:
- A Grande obra de Yaohu realizada em Yaohushua O UNGIDO está fixada no âmago da mensagem; o batismo significa de modo decisivo a participação dos messiânicos no destino de Maschiyah.
- O anúncio e a celebração da graça divina dão ao texto a sua nota dominante, desde a bênção inicial (1,3-14) até as exortações finais (2,1-10; 4,7).
- A reconciliação do mundo é vinculada à derrubada da barreira que isolava Israel das outras nações; doravante os pagãos são plenamente cidadãos do Reino de Yaohu (2,11-22).
- O ministério de Paulo cumpre a missão de Yaohu (3,2-13).
- A Igreja é definida ao mesmo tempo como sendo o povo de Yaohu e o corpo de Maschiyah. Aliás, Efésios não entra em nenhuma especulação cosmológica; a revelação é concedida, não sob forma de teoria ou sistema, mas na e pela comunidade messiânica, explicitação do “mistério”.
No entanto, esta herança paulina sofre uma transformação profunda que não pode ser atribuída simplesmente aos temas novos surgidos em Colossenses. Os prolongamentos que então se esboçavam são doravante tão bem-acentuados que delineiam uma figura original de conjunto.
Toda a expectativa do fim não se esvaiu; todavia, à tensão presente-futuro sucede outra; a salvação realizada em Maschiyah e revelada na Igreja deve lograr a sua plena dimensão graças ao crescimento do corpo, que repercute até nas esferas celestes (1,22; 4,8-10). A salvação torna-se uma realidade em vias de plenificação. O messiânico já está salvo (Ef 2,8), os batizados, “ressuscitados e elevados com Maschiyah” na glória.
Da mesma forma, o anúncio da graça não se situa mais no contexto escatológico do grande processo entre Yaohu e seu povo. As categorias jurídicas cederam lugar à “mística”; encontramo-nos no ponto de partida da evolução que aproximaria o messianismo das religiões de salvação. O mesmo pode-se dizer no que concerne à relação entre Israel e as nações. Em Romanos, a reunião faz-se pela adição da totalidade de Israel e da totalidade dos pagãos que permanecem distintas; em Efésios, por uma conjunção na qual toda a diferença jaz no passado. Por um lado, a expectativa apocalíptica da conversão final de Israel e a angústia do apóstolo a respeito do seu povo; por outro, a certeza de um encontro já realizado na Igreja. Em Romanos, a dialética é de tipo jurídico, em Efésios, a reconciliação tem um caráter, ao mesmo tempo, ético e cósmico (cf. Rm 9 – 11 e Ef 2,11-21).
Nas epístolas anteriores, a Igreja designava em geral as comunidades locais; em Efésios, em seguimento a Colossenses, ela é considerada como uma realidade universal, quase personificada, como o foi a Sabedoria de Yaohu. Efésios transpõe para o plano universal os desenvolvimentos paroquiais e concretos de 1 Coríntios. De temporal, inserida na história, a Igreja tende a aparecer como eterna. Em Colossenses, o pleroma vinha habitar Maschiyah; agora, a Igreja é o pleroma de Maschiyah. As afirmações sobre Maschiyah, cabeça do universo, tornam-se afirmações sobre a Igreja. O tema do corpo, estreitamente mesclado com a da casa de Yaohu, recebe a sua última formulação e se enriquece com o novo desenvolvimento sobre o mistério da união de Maschiyah com sua Igreja, modelo da união conjugal, em que se exprimem a soberania de Maschiyah e a responsabilidade da Igreja.
Quer se trate de Paulo, no findar da sua carreira, ou de um dos seus secretários valendo-se das instruções dadas, quer se trate de um dos seus herdeiros, em face da crítica situação atravessada pelo messianismo após a geração apostólica, a verdade é que o autor de Efésios esboçou, de par com Mateus, Lucas e João, uma das grandes respostas dadas pelos messiânicos de então ao problema de seu próprio futuro. Ele quer levar os fiéis a tomar plena consciência de que o mundo sofreu uma mudança radical após a morte e a elevação de Maschiyah. Avalia e celebra o dom de Yaohu, dom que, doravante, vê inserido na formação da Igreja. Nesta Igreja, ele percebe o penhor de uma situação irreversível.
De qualquer forma, convém ler a Epístola aos Efésios menos como uma carta de circunstância do que como uma exposição lírica e didática da fé messiânica.
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