O PROBLEMA DOS SINÓPTICOS
Até mesmo uma leitura superficial dos quatro Evangelhos mostra que três deles (Mateus, Marcos e Lucas) são bastante parecidos, especialmente em contraste com João. Salvo poucas exceções importantes, os acontecimentos incluídos em João (p. ex., caps. 3; 9; 11; 14) não aparecem nos três primeiros Evangelhos. Por esses motivos, os três primeiros Evangelhos são chamados com freqüência de “sinóticos” (pois compartilham um mesmo ponto de vista).
No entanto, uma comparação mais detalhada revela não apenas semelhanças, mas também diferenças entre os sinóticos. Por vezes, o conteúdo registrado é exatamente o mesmo; em outras ocasiões, ocorrem diferenças verbais. Em alguns casos, a ordem dos acontecimentos é a mesma, mas muitas vezes não. Do ponto de vista literário, esses fatos criam um problema. Como esses Evangelhos se originaram? Os autores usaram os textos uns dos outros? Valeram-se de outros materiais?
Um modo mais comum de responder a essas questões é que Marcos foi o primeiro Evangelho a ser escrito e que Mateus e Lucas seguiram o seu esboço geral (Mc 2,1-22; cf. Mt 9,2-17; Lc 5,18-38). No entanto, Mateus e Lucas têm em comum textos importantes que não aparecem em Marcos (p. ex., Mt 7,24-27; Lc 6,47-49), o que leva os estudiosos a suporem que esses dois autores usaram um segundo documento não mais existente. Essa solução é conhecida como a “teoria das duas fontes”. Ademais, fica claro que Mateus e Lucas tiveram acesso a várias informações que são apresentadas apenas em seus respectivos Evangelhos.
Uma vez que essa proposta não explica todos os fatos, teorias alternativas foram sugeridas. Há quem argumente em favor da prioridade de Mateus em vez de Marcos, enquanto outros sugerem que Lucas foi escrito primeiro. Vários estudiosos dão grande ênfase à tradição oral que provavelmente antecedeu a redação desses documentos e minimizam a sua interdependência literária. A maioria dos especialistas em estudos do Novo Testamento continua a usar a abordagem das duas fontes como hipótese inicial, reconhecendo, porém, que várias perguntas ainda não foram respondidas.
Apesar de muitas questões continuarem em aberto no estudo dos Evangelhos, nossa confiança na veracidade dos seus relatos não se baseia na capacidade dos especialistas de explicar o seu desenvolvimento literário, mas sim na inspiração divina (2Tm 3,16-17).
Bem, antes de completar esse estudo dos “EVANGELHOS SINÓPTICOS”, quero colocar “dois estudos” que, dá minha parte, acho uma ótima colocação para os estudos que estamos fazendo. São eles.:
- A Confissão de Fé de Westminster (Capítulo I – [V.] DA ESCRITURA SAGRADA).
V. Pelo testemunho da Igreja, podemos ser movidos e incitados a um alto e reverente apreço pela Escritura Sagrada; a suprema excelência do seu conteúdo, a eficácia da sua doutrina, a majestade do seu estilo, a harmonia de todas as suas partes, o escopo do seu todo (que é dar a Yaohu toda a glória), a plena revelação que faz do único meio de salvar-se o homem, as suas muitas outras excelências incomparáveis, e, completas perfeições são argumentos pelos quais, abundantemente, se evidencia ser ela a Palavra de Deus – Yaohu; contudo, a nossa plena persuasão e a certeza da sua infalível verdade e divina autoridade provêm da operação interior do Rúkha hol – RODSHUA que, pela Palavra e com a Palavra, testifica ao nosso coração.
Referências bíblicas
1Tm 3,15; 1Jo 2,20.27; Jo 16,13.14; 1Co 2,10-12.
(Mensagem retirada da Bíblia de Genebra 2ª Edição Revisada e Ampliada. Pág. 1786, 1787. Anselmo Estevan.).
- Confissão Belga (Artigo 5).
A autoridade da Sagrada Escritura
Recebemos todos esses livros, e somente esses, como sagrados e canônicos, para regular, fundamentar e confirmar nossa fé. Cremos, sem dúvida nenhuma, em tudo o que eles contêm não tanto porque a igreja os aceita e os reconhece como canônicos, mas principalmente porque o Rúkha hol – RODSHUA testifica em nosso coração que eles vêm de Yaohu, como eles mesmos provam. Pois até os cegos podem perceber que as coisas preditas neles se cumprem!
1Ts 2,13; 2Tm 3,16.17; 1Co 12,3; 1Jo 4,6; 1Jo 5,6b; Dt 18,21.22; 1Rs 22,28; Jr 28,9; Ez 33,33.
(Mensagem retirada da Bíblia de Genebra 2ª Edição Revisada e Ampliada. Pág. 1750. Anselmo Estevan.).
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