quinta-feira, 1 de setembro de 2011

NACHUM (NAUM).

INTRODUÇÃO AO LIVRO DE:






NAUM







INTRODUÇÃO







Visão geral

Autor: O profeta Naum.

Propósito: Confortar Judá ao anunciar julgamentos futuros contra Ninive.

Data: 663-612 a.C.

Verdades fundamentais:

A glória de Yaohu em julgamento é digna de louvor.

Yaohu julgaria Ninive, assim como às outras nações, por maltratar o seu povo.

Yaohu manteria o seu povo fiel a salvo e o restauraria da destruição e do exílio.





Propósito e características

O livro de Naum tem um título duplo. Ele é chamado de “sentença contra Ninive” e “Livro da visão de Naum” (1,1). Uma sentença geralmente indica uma mensagem divina de julgamento contra uma nação estrangeira (Is 13,1). Visão se refere à experiência profética única de receber a mensagem do ETERNO. Às vezes, o profeta era instruído a escrever uma sentença específica (Is 8,1-4; 30,8) ou “todas as palavras” (Jr 36,2) que o ETERNO exigia que ele proclamasse (Jr 36,1-32). A forma escrita fornecia então um forte testemunho adicional para a certeza do cumprimento desses pronunciamentos divinos. O título duplo da profecia constitui, portanto, uma forte afirmação da autenticidade dessa sentença de destruição contra Ninive e da certeza do julgamento iminente de Yaohu sobre o reino assírio.







CHRISTÓS, “O UNGIDO” –, EM NAUM.

(Yaohushua):

O livro de Naum não contém profecias messiânicas diretas, mas ainda assim as expectativas de julgamento contra Ninive e da salvação do fiel povo de Yaohu são cumpridas finalmente em O UNGIDO. Yaohushua e seus apóstolos declaram salvação para o povo de Yaohu e julgamento contra os inimigos dele. Na verdade O UNGIDO começou o seu julgamento e a dar salvação na sua primeira vinda (Jo 5,22-30). Hoje, a guerra espiritual na qual a Igreja está constantemente envolvida (Mt 16,18; Ef 6,10-17) dá continuidade a esse processo. Além disso, quando O UNGIDO retornar em glória, ele destruirá todos os poderes contrários e entregará o reino para o seu Pai “para que Yaohu seja tudo em todos” (1Co 15,24-28). [Por isso, é de máxima importância saber o seu Nome Pessoal e não erros de cópias de cópias erradas com substitutos de nomes...!]. Anselmo Estevan.







NAUM: Naum, o “consolador”. O sétimo dos profetas menores, Naum ou “o consolador”, o “reconfortado” (Nahum) é que pode consolar, reconfortar (2Co 1,4), o consolador, não tem nenhum homônimo na Bíblia, apenas um sinônimo: Menahêm (2Rs 15; At 13,1; cf. 4,36); ver também Neemias (Ne 1,1 nota).

Oferece aos seus o conforto que num período muito sombrio lhes permite resistir, graças à esperança (cf. Rm 15,4-5).

Esta esperança, que o anima e que ele afirma com grande e vigorosa fé, apóia-se na infalível vitória do ETERNO, mesmo quando os inimigos parecem prosperar (1,12; 3,15-17), ao mesmo tempo terríveis como leões (2,12-14) e hábeis na sedução (3,4).





O livro de Naum. Seu livro (1,1) desenvolverá sucessivamente esse tema fundamental em três modalidades diferentes:

1. No início, um salmo (1,2-8). Mais ou menos à maneira da introdução a outros livros proféticos (cf. Am 1,2; Mq 1,2-4; Sf 1,2-3), de modo mais insistente porém, ele nos põe em face daquilo que domina tudo o mais. E, se o ETERNO se mostra sobretudo sob o aspecto aterrador de juiz soberano do mundo inteiro, não se negligencia o outro aspecto de seu rosto (cf. vv. 3 e 7), aspecto que, adiante, se manifestará numa luz muito mais viva (cf. 1,3 nota). Este primeiro trecho situa-se, em seu conjunto, num plano bem geral e atemporal; as alusões à história da salvação são discretas (cf. vv. 3-4). Mas para o fim, contudo, parece que se vislumbra o contexto histórico particular do livro (v. 8).

2. Na segunda parte (1,9 – 2,3) este contexto se delineia. Todavia a interpretação de alguns elementos dos oráculos contidos nesta segunda parte continua delicada (cf. 1,9 notas; 1,12 nota).

OBS: (Aparecem somente um Naum na genealogia de Yaohushua [segundo Lc 3,25], junto com outros nomes de profetas {cf. Lc 3,23}, e um Nehum em Ne 7,7.).



Com Jonas, a consolação pelo apelo à conversão será levada a Ninive, que, para Naum, permanece inconsolável (3,7).



3. Por fim, tem-se a celebração da queda de Ninive (2,4 – 3,19); poder-se-ia mesmo dizer, com mais exatidão, a invocação pela queda de Ninive; ou ainda a evocação, dando a este termo o sentimento forte de apelo eficaz pelo desaparecimento desta Ninive no auge de seu poder. Sucedem-se então quadros particularmente sugestivos, possuindo cada qual sua unidade e realçando diferentes aspectos da cidade e de seu desaparecimento. A cidade adquire valor de símbolo (cf 1,8 nota), assim como seu castigo e o de seu rei constituem uma lição de alcance universal: De ti, vou fazer um exemplo (3,6). Se o ETERNO interveio de modo tão extraordinário, isto se deu, em última análise, para a libertação dos oprimidos (3,19), a salvação dos seus (1,7; 2,1.3). Vamos contentar-nos com estas poucas indicações sobre o livro em seu conjunto e a articulação das três partes, sem entrar na discussão detalhada dos argumentos apresentados para contestar sua unidade.





Naum e a queda de Ninive. Uma tese engenhosa esforçou-se por apresentar Naum como o formulário de uma liturgia. Esta celebraria, no outono de 612 em Jerusalém, por ocasião do Ano Novo e ensejado pela recente queda de Ninive, um aspecto particularmente importante do triunfo do ETERNO sobre seus inimigos. Embora reconhecendo certa orientação cultual dada ao livro pelo salmo inicial, que facilita, após a realização da profecia, uma releitura na ação de graças, os comentadores atualmente preferem outra interpretação. Aceitam, geralmente, situar a proclamação dos oráculos (que seriam autênticos oráculos proféticos), e até mesmo a composição do livro, antes da queda de Ninive (612) e depois do saque de Tebas (663), a que faz alusão o cap. 3 (vv. 8-10). À procura de indícios mais precisos, nota-se com razão que, segundo 1,13, Judá ainda está sob o guante assírio; isto nos reportaria ao período antes da morte de Assurbanipal (cf. 1,13 nota); mas, por outro lado, impressionados pela vivacidade, o cunho de atualidade de alguns traços dos quadros dos cap. 2 e 3, podemos perguntar se estes não evocam como fatos recentes a invasão da Assíria (3,12-13) e talvez mesmo o início do sítio de Ninive (2,2.4-5; 3,2-3.14), justamente pelos babilônios e medos, cujos exércitos exibiriam a cor vermelha (2,4). Todavia, quem assim pensa não estaria deduzindo, de descrições fantasiosas, minúcias que o texto não tenciona fornecer? De resto, alusões mais seguras da segunda parte do livro parecem contradize-las.

Não correríamos o risco de nos enganar quanto às intenções do profeta e à natureza daquilo que ele evoca com tanta imaginação? Sua preocupação, sua missão não é tirar as conseqüências imediatas da análise superficial de determinada situação política. Quer, antes do mais, exprimir a visão da fé em face dos compatriotas desamparados e contribuir para inserir esta visão na história, ao pronunciar a palavra eficaz de Yaohu que lhe é comunicada. Por esta razão, um comentário de Naum editado em 1971 prefere situar a proclamação dos oráculos e a composição do livro nos meses que se seguiram imediatamente ao grande acontecimento de 663 (cf, 3,8 nota), e não nas proximidades de 612; tudo a partir de um conjunto de dados indicados nas notas à presente tradução. Vários indícios explorados por outras posições críticas também estão aí assinaladas.

Pode-se acrescentar, a título inteiramente secundário, que, segundo a tradição de interpretação delicada veiculada por Tb 14,4 – Livro apócrifo – (cf. também os vv. 12-15). Naum era considerado um profeta que teria predito o futuro a longo prazo; e que, de acordo com Séder Olâm, crônica rabínica contemporânea da Mishná, ele e Joel teriam exercido seu ministério sob Manassés.



OBS: (Cf. Ez 23,14 para os babilônios, e Heródoto para os medos. A cor dos assírios, ao invés, teria sido “a púrpura violeta” (Ez 23,5-6, cf 27,7): então a alusão aos rostos rubros (2,11) poderia ser uma ironia!).



(A queda da Babilônia foi também predita por Jeremias um meio século antes; ver Jr 51,59 nota e cf. Jr 50,1 nota).



(Também quanto a Joel, isto não parece tão inverossímil, cf. a Introdução a Joel).



(Cf. Jl 2,4-9 e Na 2,4-5.11; 3,2-3).





O profeta Naum. Sem deixar de notar características particulares da poesia hebraica ou da poesia em geral na linguagem de Naum, tem-se elogiado sobretudo o valor literário do livro em seu conjunto, quer se trate de hino inicial (cf. 1,2 nota) ou da vivacidade das interpelações e descrições da segunda e da terceira partes. O título do livro: visão (1,1) é muito característico; Naum vê e faz ver.

Contudo, o que mais impressiona na acuidade de sua visão é a paixão que o anima, o ardor de sua fé: apesar das aparências, afirma, com a força da inabalável convicção vinda do alto, que a vitória será do ETERNO, que ela já lhe pertence.

Por isto, para além das antíteses superficiais que alguns quiseram descobrir entre Naum e os grandes profetas, como Jeremias, tem-se de reconhecer nele a manifestação de um dinamismo haurido de excepcional comunhão com o Yaohu vivo, com o ETERNO, dono da história e de todo homem.

Se, por exemplo, considerando o paralelismo de 1,13 com Jr 28,11, formos tentados a classificar Naum entre os profetas do tipo de Hananiá, contra o qual se insurge Jeremias, bastará virar duas ou três páginas do livro deste profeta para descobrir Jr 30,8: Percebemos então que também Jeremias predisse a libertação após o castigo, em termos análogos como fizera Isaías (por ex., em 10,5-9.24-27). Não nos deve surpreender o fato de não encontrarmos, nos quarenta e sete versículos de Naum, todos os aspectos da pregação profética encontrados na suma que é o livro de Jeremias. Sabemos que o ciúme do ETERNO mostra sucessivamente faces diferentes (1,2 nota); não é, pois, de admirar que as vozes de seus arautos exibam tonalidades tão variadas! Solidários no seio da mesma tradição, sabem inspirar-se discretamente um no outro, prolongar-se ou completar-se Jonas, por exemplo, amplia os horizontes de Naum. Joel que utiliza, assim parece, algumas vezes elementos da descrição da queda de Ninive, deles se serve na linha de Naum, para anunciar um acontecimento de alcance ainda mais universal, o dia do ETERNO. Sabe-se também com que amplidão Joel explorará a imagem dos gafanhotos e locustas de Naum (3,15-17) para descrever a provação por excelência (Introdução a Joel). E poder-se-iam multiplicar tais concordâncias com muitos outros profetas.

As notas à tradução aqui propostas assinalam as divergências entre as principais testemunhas do texto; entre outras, de fragmentos de comentário encontrado em Qumran. Este Comentário, datado de uns cem anos antes de nossa era, atesta, a seu modo, que vários fiéis souberam encontrar em Naum uma palavra de Yaohu capaz de esclarecer qualquer momento da história.

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