INTRODUÇÃO
LIVROS PROFÉTICOS:
(ISAÍAS; JEREMIAS; LAMENTAÇÕES de JEREMIAS; EZEQUIEL; DANIEL; OSÉIAS; JOEL; AMÓS; OBADIAS; JONAS; MIQUÉIAS; NAUM; HABACUQUE; SOFONIAS; AGEU; ZACARIAS; MALAQUIAS).
ORGANIZAÇÃO DOS LIVROS
Os livros de Isaías a Malaquias (com exceção de Lamentações e Daniel) correspondem à seção do cânon hebraico chamado de “profetas posteriores”. Esses livros proféticos são divididos em dois grupos: “profetas maiores” (Isaías, Jeremias e Ezequiel) e “profetas menores” (de Oséias a Malaquias). Dentro dessas duas categorias amplas, os profetas são organizados em ordem cronológica aproximada.
CONTEXTOS HISTÓRICOS
A maioria dos livros proféticos possui sobrescritos que visam apresentar o contexto em que cada profeta ministrou. Joel, Obadias, Jonas, Naum, Habacuque e Malaquias não trazem essa informação, de modo que o contexto histórico deve ser inferido pelo conteúdo dos seus livros. Por mais que o grau de definição do contexto histórico varie de um livro para outro, as informações a esse respeito contribuem de modo significativo para uma interpretação responsável.
Em termos gerais, podemos falar de três conjuntos de circunstâncias históricas centrais no ministério dos profetas.
(1) O julgamento por meio dos assírios. No século 8º, a Assíria era o império dominante do antigo Oriente Próximo e, portanto, de motivo grande preocupação para os profetas. Em resposta ao pecado manifesto e prolongado dos israelitas, Yaohu decidiu usar os exércitos da Assíria para julga-los. O ataque ocorreu em três estágios principais. Em c. 734 a.C., Israel, o reino do norte, se aliou à Síria para resistir ao domínio assírio, mas essa coalizão provocou a derrota da Síria e a subjugação severa de Israel pela Assíria (2Rs 15,20-29). Em 722 a.C., os assírios reagiram a novas rebeliões destruindo Samaria; a capital do reino do norte e exilando vários dos seus cidadãos. Por fim, em 701 a.C., o rei assírio Senaqueribe atacou Judá e chegou a sitiar Jerusalém, mas o ETERNO o fez recuar no último instante (2Rs 14 – 19). Os profetas que ministraram nesse período falam com freqüência desses acontecimentos e outros relacionados.
(2) O julgamento por meio dos babilônios. Em 612 a.C., os babilônios conquistaram Nínive, a capital da Assíria e se tornaram o império dominante da região. Como Israel, o reino no norte, já havia sido derrotado e exilado pelos assírios, Yaohu usou os babilônios para julgar, o reino do sul, mediante invasões e deportações em 605 a.C., 597 a.C., e 586 a.C. A primeira invasão resultou na subjugação e deportação de alguns membros da elite de Judá, como Daniel e seus amigos (Dn 1,3-6). A segunda invasão resultou em mais dificuldades para o povo e em outra deportação de judeus, como Ezequiel (Ez 33,21; 2Rs 24,14). A terceira invasão resultou na destruição de Jerusalém e no exílio de quase toda a população (2Rs 25,1-21). Vários profetas predisseram esses acontecimentos, interpretaram-nos à medida que se desdobravam e refletiram sobre os mesmos após sua ocorrência.
(3) Restauração. Em 539-538 a.C., o imperador Ciro da Pérsia derrotou a Babilônia e permitiu que os judeus voltassem a Jerusalém. Um pequeno número de judeus regressou à Terra Prometida sob a liderança de Josué, o sumo sacerdote e de Zorobabel, um descendente de Davi. Depois de alguns atrasos, o templo finalmente foi reconstruído em 520-515 a.C. Apesar desse recomeço relativamente promissor da comunidade restaurada, no tempo de Esdras e Neemias e nas décadas subseqüentes (c. 450 – 400 a.C.), a religião falsa se arraigou de tal modo entre o povo que voltou do exílio que todas as esperanças da concretização gloriosa do reino de Yaohu passaram a ser projetadas num futuro distante, conhecido hoje como o período do NOVO TESTAMENTO. Muitos profetas também trataram desses acontecimentos.
O quadro abaixo fornece um resumo dos principais períodos, as datas aproximadas, as referências bíblicas e o público de cada escrito profético:
Período Profeta Data Referência bíblica Público
Amós 793-740 2Rs 14,21 – 15,7 Israel
Julgamento Jonas 786-746 2Rs 14,23-29 Assíria
Por meio Oséias 7753-722 2Rs 15 – 18 Israel
Dos Assírios Miquéias 742-686 2Rs 14,23 – 20,21 Israel/Judá
Isaías 740-686 2Rs 15,1 – 20,21 Israel/Judá
Naum 663-627 2Rs 21,1 – 23,35 Assíria .
Sofonias 640-609 2Rs 22,1 – 23,35 Judá
Julgamento Jeremias 626-586 2Rs 22 – 25 Judá
Por meio Habacuque 605 2Rs 23,36 – 25,21 Judá
Dos Ezequiel 592-572 2Rs 24 – 25 Judá no Exílio
Babilônios Obadias 585 (cf. Jr 49,7-22) Edom .
Ageu 520 Ed 5 – 6 Judá
Restauração Zacarias 520 Ed 5 – 6 Judá
Malaquias 458-431 (cf. Ne 1,1) Judá .
- Joel incerta Judá
A verdadeira profecia cessou em Israel por volta do tempo de Malaquias. Em três ocasiões, o autor do livro apocalíptico de 1Macabeus (4,46; 9,27; 14,41) que, no geral, é um relato histórico sério da revolta dos judeus contra Antíoco Epifânio (c. 165 a.C.), afirma claramente que não havia profetas em Israel e sugere que esse fato não era recente.
O período intertestamentário de silêncio terminou com a proclamação de João Batista de que Yaohu estava prestes a estabelecer o seu reino (Mt 3,12; Mc 1,3-8; Lc 3,2-17). Malaquias encerra a profecia do Antigo Testamento com uma predição de que Yaohu enviaria um mensageiro, um novo “Elias” a fim de preparar o caminho para a vinda futura de Yaohu ao seu povo (Ml 3,1; 4,5). O SALVADOR e os evangelhos identificaram João Batista como o Elias predito em Malaquias (Mt 17,12-13). Assim, João abriu caminho para uma nova era de profecia – a era do reino de Yaohu em Cristo.
(1Co 1,1: Apóstolo – Alguém a quem Cristo escolheu diretamente e a quem deu autoridade para ser mensageiro de sua Palavra!).
[Sendo assim, o meu entender é que: “Todo aquele”, que se auto-intitula ser “Apostolo”; “Profeta – realizando novas profecias”, é falso...!]. Anselmo Estevan.
O PAPEL DOS PROFETAS
O profeta era a “boca” ou o porta-voz de Yaohu. O ETERNO disse a Moisés a respeito de Arão: “Ele te será por boca, e tu lhe serás por Deus” (Êx 4,16) e, posteriormente, resumiu esse papel da seguinte maneira: “Arão, teu irmão, será teu profeta” (Êx 7,1). Ser um profeta significava falar com autoridade em nome de Deus – YAOHU!
A função básica dos profetas é expressa claramente em três relatos do chamamento de profetas por Yaohu que se assemelham em vários aspectos ao chamamento de Moisés por Yaohu em Êx 3,1-12 (Is 6,1-13; Jr 1,1-10; Ez 1,1 – 3,11). Em todos os casos, Yaohu confronta o profeta diretamente com uma palavra introdutória e uma comissão: Na sarça ardente (Êx 3,1-10), no templo (Is 6,1-10), num lugar não especificado (Jr 1,4-5) e na calmaria de uma tempestade (Ez 1,1 – 2,5). Depois de os profetas apresentarem objeções (Êx 3,11; Is 6,11; Jr 1,6; implicitamente, Ez 2,6.8), o ETERNO os tranqüiliza, por vezes com um sinal (Êx 3,12; Is 6,11-13; Jr 1,7-10; Ez 2,6 – 3,11). Essas vocações divinas não apenas garantiam aos próprios profetas que o chamado era proveniente de Yaohu, como também os autorizavam aos olhos de outros como indivíduos que não falariam com a sua própria autoridade, mas sim com a autoridade de Yaohu.
Antes da monarquia humana em Israel, os profetas falavam em NOME de Deus – Yaohu de várias maneiras. Quando a monarquia humana foi instituída, os profetas se tornaram cada vez mais ligados aos governantes da terra. Os profetas de Israel serviam de emissários entre Yaohu, o Rei supremo, e seu rei humano e a nação, Israel. Usando de uma analogia como as práticas políticas do mundo antigo, o Rei divino de Israel enviava, emissários proféticos para dar orientação, louvar a fidelidade e condenar as transgressões das alianças que ele havia estabelecido com o seu povo vassalo.
Essa função de emissário era extremamente importante para o ministério de todos os profetas do Antigo Testamento que registraram suas profecias por escrito. Eles ameaçaram maldições e ofereceram bênçãos de acordo com a aliança firmada entre Yaohu e Israel (veja Lv 26; Dt 28 – 30; cf. Is 1,2; Jr 2,9; Os 4,1; Mq 1,2; 6,2). Em conformidade com os termos da aliança, os profetas anunciaram várias maldições secundárias, bem como a maior maldição de todas, a saber, a destruição total e o exílio da Terra Prometida. Também proclamaram várias bênçãos secundárias, bem como a maior bênção de todas, a saber, a restauração depois do exílio. Todos esses elementos proféticos revelam o papel desses indivíduos como emissários do Rei divino em sua aliança com Israel.
OS VERDADEIROS PROFETAS E SUAS PREDIÇÕES
Tendo em vista os profetas falarem como emissários de Yaohu em sua relação de aliança com Israel, era essencial que o povo fizesse distinção entre os verdadeiros e os falsos profetas. O verdadeiro profeta era definido segundo três critérios: Devia ser um israelita (Dt 18,15); devia ser fiel à aliança mediada por Moisés (Dt 13,1-5); e suas predições deviam se cumprir (Dt 18,21-22). Na história de Israel, muitos dos que se proclamavam profetas falharam quanto a esses critérios, mas todos os profetas que deixaram suas profecias por escrito os satisfizeram plenamente.
É importante compreender corretamente o terceiro critério que trata do cumprimento das predições. Por um lado, não há dúvidas que os decretos eternos de Yaohu incluem “tudo quanto pode ou há de acontecer em todas as circunstâncias imagináveis” e que esses decretos são imutáveis; Yaohu realiza infalivelmente tudo o que determinou (Confissão de Fé de Westminster 3,2; Catecismo Maior de Westminster 13). Assim, quando os profetas revelavam desígnios eternos em suas predições, estas se cumpriam sem falta. No entanto, seria um grave equívoco imaginar que todas as profecias revelam os decretos eternos e imutáveis de Yaohu. Na maior parte das vezes, os profetas falavam de acontecimentos futuros que não haviam sido determinados imutavelmente por Yaohu (veja o parágrafo a seguir). Sua tarefa principal era servir de instrumentos da providência divina.
Jr 18,1-11 ensina claramente que nem todas as predições feitas por profetas verdadeiros se realizavam necessariamente. Pelo contrário, as palavras dos profetas visavam, com freqüência, motivar seus ouvintes, e não prognosticar acontecimentos. Muitas vezes, anunciavam os julgamentos futuros como ameaças, e não condenações inevitáveis, e falavam de bênçãos futuras como ofertas, e não promessas garantidas. Na verdade, os profetas revelavam que Yaohu tinha níveis diferentes de determinação no que se referia às predições proféticas. Em algumas ocasiões, a natureza condicional da profecia era explicada (p. ex., Jr 22,4-5). Em outras ocasiões, era implícita (p. ex., Jr 7,5-7; Is 7,9). Por vezes, Yaohu oferecia palavras ou sinais para confirmar o seu nível elevado de determinação de cumprir uma profecia (Is 38,7; Jr 44,29). Ocasionalmente, os profetas relatavam que Yaohu estava tão determinado a cumprir uma profecia que ele havia jurado faze-lo (Is 45,23; Jr 22,4-5; 49,13). Nessa última categoria, o juramento divino demonstrava o caráter inevitável do cumprimento de uma predição; elevava a palavra profética até o nível da imutabilidade, pois Yaohu jamais quebra seus votos solenes (Nm 23,19). Ainda assim, os detalhes acerca do modo, tempo, lugar e grau, e contra ou a favor de quem o cumprimento se daria normalmente não eram especificados, permanecendo ocultos até que a profecia jurada se cumprisse.
Em decorrência disso, todas as predições proféticas podiam ser afetadas em maior ou menor grau pelas reações humanas a essas profecias. As Escrituras estão repletas de exemplos em que o arrependimento, a oração, e recalcitrância e a indiferença levaram Yaohu a suspender, adiar, estender, abreviar, apressar, amenizar ou intensificar o cumprimento das predições proféticas (Êx 32,12; 2Sm 12,14-22; Jo 3,4-9).
Por esse motivo, quando aplicamos corretamente o critério das predições cumpridas aos verdadeiros profetas, devemos sempre perguntar de que maneira os profetas pretendiam que suas predições fossem compreendidas. Que nível de determinação divina as palavras do profeta indicavam? Era intenção do profeta que suas predições fossem consideradas condicionais ou inevitáveis? Não devemos nos contentar com uma compreensão mecânica da palavra profética desassociada de tais intenções proféticas.
Mesmo assim, as profecias bíblicas são tão abrangentes e específicas que envergonham os profetas pagãos (Is 41,21-29). Todas as épocas e povos, especialmente do antigo Oriente Próximo, tiveram seus adivinhadores, videntes ou feiticeiros que afirmavam anunciar o futuro (Dt 18,9-13; 1Rs 18,19.25,40). No entanto, não há nada em toda a literatura do antigo Oriente Próximo que se compare às profecias reunidas nas Escrituras. Sua especificidade e cumprimento notável e sua compreensão abrangente e magnífica da História não têm paralelos em nenhuma outra tradição literária. Em muitas ocasiões, suas profecias de destruição foram proferidas quando a nação estava no auge do poder, e suas profecias de vitória foram dadas em situações que pareciam inteiramente perdidas.
AS FORMAS DE LITERATURA PROFÉTICA
Os profetas utilizaram basicamente três formas literárias em seus livros: (1) narrativas – tanto biográficas (Dn 1 – 3) como autobiografias (Is 6; Jr 1); (2) discursos dirigidos a Yaohu – Lamentos (Jr 9,10; [Lamentações de Jeremias]; Ez 2,3-10); petições (Jr 42,2; Dn 9,17) e louvor (Is 12,1-6), e (3) discursos dirigidos a pessoas – como cântico de escárnio (Is 14), ditos de sabedoria (Is 28,23-29) e contestações (Is 1,18; 43,26), entre outros.
Os oráculos dirigidos a pessoas são predominantes nos livros proféticos. Esses discursos podem ser classificados de acordo com a tendência a focalizar mais as maldições ou as bênçãos da aliança. Embora os profetas se dirigissem ao povo de várias maneiras, alguns padrões básicos de discurso aparecem com tanta freqüência que é proveitoso identifica-los e descreve-los.
Por um lado, várias formas de discurso tinham como objetivo maior anunciar desde as maldições secundárias da aliança até a maior ameaça de todas, ou seja, o exílio.
(1) Demandas. Como emissários do Rei celestial de Israel, os profetas ouviam e, por vezes, participavam do tribunal do céu. Em seguida, relatavam o que haviam visto e ouvido em linguagem jurídica formal. Yaohu entrava em juízo contra o seu povo por este haver transgredido manifestamente a sua aliança e os sentenciava a maldições severas (Is 3,13; Mq 6,1-2).
(2) Oráculos de julgamento. Os profetas também transmitiam mensagem de destruição numa linguagem que não refletia de modo tão direto as formalidades do tribunal celestial. Esses oráculos normalmente se iniciavam identificando a quem eram dirigidos e, em seguida, apresentavam uma ou mais acusações e sentenças (Ez 7,7-10; Zc 9,1-8).
(3) Os ais. Quando o julgamento de Yaohu era particularmente severo, os profetas expressavam ais. Esses discursos normalmente eram bastante semelhantes aos oráculos de julgamento (identificação do destinatário, acusações e sentenças) com o acréscimo de um clamor de “ai”. Advertiam sobre coisas terríveis que aconteceriam quando as maldições sobreviessem (Is 3,9-11; 5,8-22; Ez 13,3-18; Os 7,13; Na 3,1).
Por outro lado, os profetas também anunciavam bênçãos, desde vantagens relativamente pequenas e pessoais até à bênção suprema de restauração do povo à Terra Prometida depois do exílio. Normalmente, essas profecias eram dadas de dois modos:
(1) Oráculos de salvação. Os profetas consolavam Israel com oráculos de salvação ou libertação. Esses oráculos assumiam várias formas diferentes, mas normalmente incluíam algum tipo de anúncio de bênção seguido de detalhes sobre a maravilha dessa bênção. O foco principal dos oráculos de salvação era a restauração do povo de Yaohu à Terra Prometida depois do exílio, tema que ocupa seções extensas dos Profetas Maiores (Is 40 – 55; Jr 30 – 33; Ez 34 – 40). Essas profecias de consolo eram baseadas nas promessas feitas por Yaohu em sua aliança com os patriarcas (Gn 15,1-21; 17,1-22; 22,15-18), as quais Moisés confirmou posteriormente ao descrever o período posterior ao exílio vindouro como um tempo em que Yaohu derramaria misericórdia e bênçãos sem precedentes sobre o seu povo (Dt 30,1-10).
As promessas de restauração se cumpriram parcialmente na volta do exílio em 539-538 a.C. (Veja 2Cr 36,22-23; Zc 1,8-17), mas o Novo Testamento revela que o seu cumprimento total se encontra em Cristo. Nesse sentido, profecias de restauração foram inspiradas pelo Rúkha – Yaohushua: O Espírito de Cristo para a sua Igreja (1Pe 1,10-12; 2Pe 1,19-20). Algumas se referem diretamente ao ministério de Cristo aqui na terra, enquanto outras dizem respeito ao ministério e reinado de Cristo no céu e à obra da Igreja em andamento no presente. Todas as profecias se cumprirão plenamente nas realidades dos novos céus e nova terra quando Cristo voltar.
(2) Oráculos contra as nações. Os profetas também transmitiam mensagens de esperança e salvação para o povo de Yaohu por meio do pronunciamento de julgamentos contra outras nações que haviam se rebelado contra o ETERNO. Ainda que num sentido formal essas profecias fossem julgamentos, serviam também de garantia de salvação para o povo fiel de Yaohu, pois eram voltadas contra os seus inimigos. Os livros de Naum e Obadias são inteiramente constituídos de descrições de guerra santa contra os gentios. Seções extensas dos livros maiores também são dedicadas a oráculos contra as nações (Is 13 – 24; Jr 46 – 51; Ez 25 – 32).
Os oráculos contra as nações se dividem em dois tipos principais. Muitas das profecias anunciavam que Yaohu julgaria nações específicas por meio dos ataques de outras nações (p. ex., Am 1,2 – 2,3; Sf 1,18-21). No entanto, vários profetas proclamaram que um julgamento mundial final contra as nações ocorreria depois que o povo de Yaohu tivesse voltado do exílio (Ez 38,17-23; Am 9,12; Ag 2,20-23).
CRISTO NOS PROFETAS.
Os profetas do Antigo Testamento apontam para Cristo e sua obra de várias maneiras. Em todos os casos, Cristo cumpriu dimensões dessas expectativas proféticas em sua primeira vinda, continua a cumpri-las em seu ministério à Igreja nos dias de hoje e as cumprirá definitivamente na consumação de todas as coisas em sua segunda vinda (“O Reino de Yaohu” – Mt 4).
Na maioria dos casos, os profetas prenunciaram Cristo de modo bastante indireto, especialmente ao falarem de julgamentos e bênçãos secundárias cujo cumprimento se deu, em geral, durante o Antigo Testamento. Esses atos de justiça e misericórdia divina já haviam ocorrido, mas também prefiguravam os julgamentos e bênçãos maiores que Cristo traria.
Os profetas predisseram Cristo e sua obra mais diretamente ao se concentrarem no grande julgamento do exílio e na bênção da restauração do povo à Terra Prometida depois do exílio (com os respectivos julgamentos contra as nações por ocasião da restauração). A destruição e exílio de Israel e Judá foram apenas prelúdios do julgamento eterno que sobrevirá contra o povo da aliança que se rebelar contra Yaohu. Do mesmo modo, a restauração do povo fiel de Yaohu à Terra Prometida e as bênçãos que receberam, bem como o julgamento contra as nações, predito para os dias de restauração, prenunciaram a recompensa e o julgamento final que Cristo trará.
As predições mais diretas acerca de Cristo podem ser vistas nas ocasiões em que os profetas falam de atividades reais e sacerdotais especificas que ocorreriam em conjunto com a restauração depois do exílio (“Levantarei o tabernáculo caído de Davi” [Am 9,11]; “Te farei como um anel de selar” [Ag 2,23]) É nesse contexto que as profecias messiânicas de cunho real aparecem. Ao falarem dos dias do reino de Yaohu depois do exílio, os profetas se referiram às maneiras em que o Filho de Davi julgaria os inimigos de Yaohu e traria bênçãos eternas sobre o seu povo. Essas predições se cumpriram, estão se cumprindo e se cumprirão em o SALVADOR – CHRISTÓS = O UNGIDO!
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