sábado, 4 de junho de 2011

VEJA: "ISAÍAS" - FALANDO EM SANTIFICAR O NOME DE DEUS......!!!!!!!

Os judeus que haviam permanecido na terra: nas suas fileiras encontram-se seguramente fiéis, mas também idólatras que entendem muito mal o zelo (“ciúme”) religioso dos recém chegados; vários deles devem ter-se instalado em detrimento dos exilados e não estão dispostos a ceder os direitos de propriedade que estes últimos reivindicam. Esta dupla divisão (religiosa e social) aparece em numerosas passagens.


3. Os estrangeiros: muitos haviam podido estabelecer-se na Judéia durante o Exílio; outros vêm trazer-lhes a sua mão-de-obra (60,10; 61,5); outros acompanham israelitas no momento da volta deles a Sião (cf. 60,9; 66,20). Em que medida esses estrangeiros, cada vez mais numerosos, poderão integrar-se ao povo de Yaohu?

4. Os judeus que permaneceram na diáspora, os que estão longe (57,19), mas para os quais é preciso manter desimpedido o caminho da volta (57,14; 62,10), os que o ETERNO ainda quer congregar em torno dos privilégios que já reagrupou (56,8).

A partir desses diversos elementos, o profeta quer refazer um povo unido e santo. Mas choca-se com quatro dificuldades maiores:

- uma crise da esperança do povo, provocada pelo retardamento da salvação;

- uma depravação tenaz: o culto aos ídolos;

- uma divisão do povo exacerbado pelas circunstâncias: o ódio entre irmãos;

- um risco agravado pela conjuntura: o menosprezo aos estrangeiros.

A crise da esperança provém da desilusão que se opera dos repatriados: os muros de Jerusalém continuam arrasados, esperando por... Neemias (445-433); o Templo não saiu do esboço e só será reconstruído – menos belo que antes – entre 520 e 515; as condições de vida são penosas, em razão dos entraves externos (da parte dos samaritanos) e internos (da parte dos que haviam ficado na terra). Tendendo ao desânimo, os fiéis, em meio a tantas provações, dirigem ao ETERNO uma série de recriminações indefinidamente repetidas no tocante ao adiamento da salvação e à aparente inércia do ETERNO. Para calar essas queixas, o Terceiro Isaías por uma parte denuncia o pecado, obstáculo à vinda da salvação, e por outra, reafirma a fidelidade de Yaohu, fonte infalível desta salvação.

O profeta quer, além disso, converter os idólatras, que buscam apoio nos falsos deuses e se entregam a práticas depravadas, como: sacrificar humanos, prostituição sagrada, uso de animais impuros para o culto (65,4; 66,3.17), necromancia (65,4), veneração de Mélek/Moloc (57,9), ou de outras pretensas divindades como Gad e Meni (65,11). Para desvia-los das suas aberrações, o Terceiro Isaías brande duas ameaças: a impotência dos falsos deuses, incapazes de salvar, e o poder do verdadeiro DEUS –, [QUE, AGORA, CONHECEMOS O SEU NOME PRÓPRIO – YAOHU. “Não deixando nada a desejar as concupiscências da CARNE que pra ídolos mortos dão a todos, nomes próprios...! E, para um Deus único, Criador, Salvador, Eterno, Onipotente, Onisciente, Onipresente, só deram “TÍTULOS” – (Alguns – Nobres), outros, Falsos; Blasfemos; etc. Pára não falar um nome Santíssimo...”. E, como fica a oração que O UNGIDO NOS ENSINOU: Mateus 6,9: Portanto, vós orareis assim:

Pai nosso, que estais nos céus,

Santificado seja o “TEU NOME”; .....


O nome de Deus – YAOHU – Tem que ser santificado e não escondido – usando em vez disso, trocadilhos blasfemos e etc. Se descordam da minha opinião; então por que cada ídolo morto feito pelas mãos de homens têm seu nome Próprio e é venerado como tal??? Yaohu é o NOME DO DEUS VIVO. ANSELMO ESTEVAN.], cujo julgamento é inevitável!

Os que rompem a aliança com o seu Deus – Yaohu rompem-na automaticamente com os seus irmãos: com efeito, quantas divisões na população judaica! Observam-se ali governantes incapazes que praticam a extorsão (56,8 – 57,1); pessoas que exploram o seu próximo; brutalidades, recusas de ajuda mútua, violações da justiça, exclusões arbitrárias etc. Vigorosamente, o profeta denuncia esses delitos e mostra a incompatibilidade deles com um culto que se quer autêntico (cap. 58 etc.).

Se com tanta freqüência assim se trata o irmão israelita, como será a conduta para com o hóspede estrangeiro? Em relação aos descendentes de nacionalidade estrangeira, os caps. 56 – 66 do livro de Isaías manifestam posturas diferentes:

- algumas passagens pedem o aniquilamento das nações que se obstinassem no mal (cf. 63,3-6 e 66,15 – 16,24; mais 69,18c e 60,12, que provavelmente são glosas);

- outras páginas mostram as nações a serviço de Jerusalém (60,3-11.13-17; 61,5-9; 62,2-8; 66,12);

- contudo, os problemas mais candentes surgem a propósito da eventual admissão do estrangeiro no grêmio do povo de Yaohu; esses não-judeus temem ser discriminados (56,3), mas os oráculos de Is 56 – 66 lhes abrem belas perspectivas: os filhos de Israel devem não somente assistir a qualquer errante em dificuldade (58,7), mas, além disso, admitir no seu Templo os estrangeiros convertidos (56,3-7) e até talvez considerar a possibilidade de vê-los ascender ao sacerdócio (66,21).





O rosto de Yaohu. Ao ouvir formular todas essas exigências divinas, já adivinhamos os traços do rosto de Yaohu esboçado pelo Terceiro Isaías.

Ele nos lembra de passagem (enquanto o Segundo Isaías sublinhava isto longamente) que o ETERNO é o incomparável (64,3) e o eterno (57,15). Que ele é o criador, o nosso profeta também no-lo repete, porém mais raramente que o seu predecessor: sabe-se que Yaohu fez todos os seres (66,2), acrescenta, sobretudo – e isto é importante – que o ETERNO vai criar céus novos e uma terra nova (66,17; cf. 66,22 – Maranata, é isso que espero meu Yaohu – Anselmo Estevan, 2.010); alhures especifica que Yaohu cria o louvor dos corações convertidos (57,19) e uma nova Jerusalém (65,18).

Criador de tudo, o ETERNO é o Yaohu de todos. Vimos acima à atitude de acolhimento universal que Yaohu prescreve aos seus em favor dos estrangeiros. Ele inspira ao seu profeta que favoreça o universalismo enfatizando a responsabilidade pessoal: não são todos os filhos de Israel indistintamente que, pelo simples fato de pertencer ao povo escolhido, serão seguramente salvos; entre eles figuram fiéis, mas também ímpios. Se o fato de ser israelita não é garantia de salvação, o fato de ser não-israelita também não barra acesso a ela. Pelo contrário, o ETERNO chama a si todos os povos (56,7; 66,18).

O congraçamento das nações deve-se fazer graças a Israel, cujos privilégios são mantidos. Aquele que é absolutamente o Santo (57,15) permanece o Santo de Israel (mencionado duas vezes, em 60,9.14). Sem dúvida, Israel-Jacó, enquanto povo, não é mais interpelado nos caps. 56 – 66, ao passo que o fora dezessete vezes no Segundo Isaías; sem dúvida, o termo eleitos figura sempre no plural, para designar os crentes em oposição aos apóstatas, enquanto no singular ele designava o povo eleito, no Segundo Isaías; mas outras expressões lembram as predileções divinas pela posteridade de Jacó e de Judá (65,9), pela nação dirigida por Moisés (63,11 – 12) e que permanece para sempre o povo de Yaohu, sua parte escolhida, seu herdeiro, tendo por capital Jerusalém destinada a tornar-se a metrópole religiosa do mundo.

Equipando o seu povo para uma missão universal, Yaohu testemunha assim um amor absolutamente fiel (65,16), o do único Pai verdadeiro (63,8.16; 64,17), dotado de atenções profundamente maternais (66,13). Cheio de compaixão (63,9). Chega a perdoar, esquecendo e curando o mal cometido (57,16-18; 64,8). Para salvar, ele resgata, reconforta ou consola e reagrupa, dando a seus amigos a sua glória e o seu esplendor. Fazendo isto, manifesta a sua justiça, isto é, a sua fidelidade absoluta às suas promessas, inquebrantavelmente mantidas a despeito do pecado dos homens. A esses temas já encontrados no Segundo Isaías, o Terceiro acrescenta com insistência o do julgamento de Yaohu, que se exerce fatalmente, em detrimento dos maus (estrangeiros ou mesmo israelitas) e em vantagem dos bons (israelitas ou mesmo estrangeiros). Com efeito, o ETERNO entra em julgamento não somente em favor de Israel, mas com Israel; não somente com Israel, mas com todas a nações do mundo, e a sua sentença universal será decisiva e definitiva (66,16.24).

Diante desse Deus – Yaohu fiel para amar, poderoso para salvar, infalível para julgar, os homens têm de tomar posição – para sua infelicidade se o recusam, para a sua alegria se o acolhem. Seu acolhimento supõe conversão, louvor jubiloso, mas também obediência pressurosa: enquanto o Segundo Isaías só falava uma vez do Temor do ETERNO, o Terceiro Isaías o menciona quatro vezes; outro traço original, que só tem paralelo no livro de Esdras: o profeta convida seus ouvintes a tremer (de zelo) à palavra de Yaohu (66,2-5). Este serviço do ETERNO traz consigo uma boa conduta moral e requer também uma grande fidelidade cultual: no Terceiro Isaías, o Templo é mencionado doze vezes, a montanha santa cinco vezes, e os termos que indicam atos de culto são muito numerosos (o sábado, três vezes; o sacerdócio, o altar, os sacrifícios, os jejuns). É que, segundo o nosso profeta, moral e religião são inseparáveis: seria tão vão pretender amar o próximo sem amor a Yaohu, quanto pretender amar a Yaohu sem amar o próximo.

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